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Domingo, 04 de agosto de 2024

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Homicídio doloso

Ilustrações mostram dinâmica da morte de Isabele no Alphaville; veja

Foto: Reprodução

Ilustrações mostram dinâmica da morte de Isabele no Alphaville;  veja
Ilustrações feitas pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), que constam no inquérito da Polícia Civil, que investiga a morte de Isabele Guimarães Ramos, 14 anos, morta pela amiga de mesma idade, com um tiro na cabeça, no condomínio Alphaville, em Cuiabá, no dia 12 de julho deste ano, mostram detalhes de como tudo aconteceu. Na quarta-feira (02), a Delegacia Especializada do Adolescente (DEA) encerrou o inquérito e concluiu que houve homicídio doloso.


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Todo o conjunto probatório reunido - imagens de vídeo, laudos periciais produzidos (necropsia, local de crime, confronto balístico, reprodução simulada, roupas aprendidas, imagens coletadas e de áudio e vídeos), depoimentos, relatórios de aparelhos de telefonia celular, relatório de vídeos e imagens, entre outros atos investigatórios -  levou o delegado Wagner Bassi à convicção de que a adolescente que fez o disparo, no mínimo, assumiu o risco pela produção do resultado morte, pelo fato de que era devidamente capacitada para uso de armas de fogo, bem como nas regras e técnicas de segurança do armamento, tendo plena condição de saber se a arma estava ou não municiada.
 
Além disso, a forma como ocorreu o disparo, a 1,44 metro de altura e a 20-30 centímetros do rosto da vítima, com acionamento do gatilho pela adolescente, confirmam a tipificação do ato infracional.



Por fim, confirmou-se que a versão apresentada pela adolescente não é compatível com o conjunto dos elementos probatórios e laudos periciais.
 
Uma das ilustrações apresentadas pela polícia mostra a sala da casa da família Cestari, onde ocorreu a tragédia. Em uma mesa, na sala de jantar da casa, havia diversas armas expostas (seis no total), onde permaneceram para manutenção que era realizada pelo pai da atiradora.



No local havia sete adolescentes e as armas citadas não tinham um local seguro para guarda. Tal fato, inclusive, apoiou o indiciamento do empresário Marcelo Cestari em quatro crimes, entre eles o de homicídio culposo, por ter agido com imprudência e negligência ao deixar que a filha pegasse a arma com a qual foi feito o disparo que matou Isabele.
 
Ele também foi indiciado por  posse de arma de fogo, porque tinha em sua residência armas de uso permitido, porém, em desacordo com a legislação, sem ser o titular ou responsável legal pelo armamento. Esse crime, de acordo com o artigo 12 da Lei 10.826/2003 tem pena prevista de detenção de um a três anos e multa.
 
Os outros dois indiciamentos são por fraude processual e pelo crime de entregar arma à adolescente, este previsto no Artigo 16, da Lei 10.826, cuja pena é de reclusão de três a seis anos e multa.
 
Após a saída do namorado, conforme atestam imagens coletadas pela Polícia, a atiradora  que fez o disparo pegou a maleta que estava em um sofá da sala e subiu para o segundo andar da casa. A investigação apontou que ela foi em direção a seu quarto, onde deixou a maleta em cima de um móvel e abriu, pegando uma das armas, e foi para o banheiro onde estava a vítima fumando um cigarro eletrônico.
 
As duas adolescentes ficaram no banheiro pelo período de 1 minuto e 18 segundos, intervalo temporal em que ocorreu o disparo. “O intervalo de tempo em que ela pega a arma na maleta e entra no banheiro ocorre o carregamento da munição na câmara da arma e depois o disparo dentro do banheiro”, explica o delegado Wagner Bassi.

 
Nas análises periciais, inclusive com aplicação de luminol, foram encontradas manchas de sangue que atingiram a arma e a roupa da adolescente que fez o disparo, além do chão do banheiro. Não havia sangue na maleta, bem como na outra arma.

 
O delegado destaca ainda que a reconstituição também auxiliou a Polícia e a Perícia Técnica a provar que não houve modificação na posição do corpo da vítima, assim como comprovar a posição em que o corpo da adolescente caiu, conforme o disparo efetuado.



Todo o trabalho investigativo para esclarecer o crime envolveu equipes das duas unidades policiais (DEA e Deddica), com um efetivo formado por dois delegados titulares e auxílio de mais dois delegados estagiários; três escrivães e 14 investigadores. Além disso, oito peritos da Perícia Oficial e Identificação Técnica de Mato Grosso atuaram diretamente no caso.   
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