Olhar Direto

Quarta-feira, 17 de julho de 2024

Notícias | Política MT

entrevista ao OD

Aécio diz que vai ‘enfrentar três sistemas’, mas se espelha em Bolsonaro: ‘também entrou numa briga desigual e saiu vitorioso’

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Aécio diz que vai ‘enfrentar três sistemas’, mas se espelha em Bolsonaro: ‘também entrou numa briga desigual e saiu vitorioso’
Aos 29 anos, Aécio Rodrigues (PSL) é o candidato mais novo à prefeitura de Cuiabá, tanto em idade quanto em experiência política, já que nunca ocupou cargo eletivo – apesar de ter sido presidente estadual do Democracia Cristã (DC) e ser, atualmente, presidente do Partido Social Liberal em Mato Grosso. Decidiu enfrentar o pleito municipal por estar insatisfeito e não se sentir representado com as candidaturas postas. Concorrendo com um atual e um ex-prefeito, um vereador, a ex-superintendente do Procon e um ex-juiz federal como adversários mais significativos, ele reconhece que entra numa briga desigual. No entanto, afirma que vai enfrentar três sistemas diferentes e se espelha na trajetória do presidente Jair Bolsonaro (sem partido): “também entrou numa briga desigual e saiu vitorioso”.


Leia também:
PSL lança Aécio como candidato a prefeito de Cuiabá e nome do partido de Mourão para vice



O candidato do PSL é advogado, pecuarista, já trabalhou com o atual deputado Ulysses Moraes e, por dois anos, administrou uma empresa própria, antes de decidir ingressar na política. “. Às vezes a gente fala que existe política nova e política velha, mas tem muito jovem que faz política velha e tem muito idoso que faz política nova. Então eu acho que a gente precisa da boa política. Eu falo que essa divisão é da política boa e a política ruim”, afirmou, em entrevista ao Olhar Direto na última sexta-feira (9).

Segundo Aécio, o principal objetivo de seu partido é a renovação, e é isso que ele representa. Por este motivo, também, a chapa de vereadores não tem nenhum com cargo. “Quando a gente fala que vai entrar na política fala que vai enfrentar o sistema, eu falo que aqui nós vamos enfrentar três sistemas. A gente vai enfrentar o sistema da Prefeitura, a gente vai enfrentar o sistema do Governo, porque tem candidato apoiado pelo governo, e a gente vai ter o sistema também da Câmara Municipal, porque tem muitas pessoas ali que - não adianta a gente falar que eles não - têm uma contribuição para uma candidatura. E eu entrei bem enxuto mesmo, fazendo a política nova, eu era de fora da política, nunca tive nenhum cargo, nunca me elegi”.

Veja os principais pontos da entrevista de Aécio ao Olhar Direto:

Bolsonaro

Quando se elegeu, em 2018, o presidente Jair Bolsonaro era do PSL. Após um racha no partido, decidiu se desfiliar, e até agora segue sem nenhuma sigla. Atualmente, a aproximação do presidente com o chamado ‘Centrão’ tem contrariado alguns apoiadores, mas não a Aécio, que vê nisso uma forma atualmente possível de governar.

“Eu acho que foi o primeiro passo para mudança. E ele [Bolsonaro] está fazendo. Só que simplesmente a gente mudou o presidente e esquecemos de mudar alguns ratos da Câmara Federal. E infelizmente a gente teria que fazer isso, se não o país não anda. E a gente teria que ter esse diálogo”, afirmou. Segundo o candidato, o mesmo deve ser feito na capital mato-grossense. “Se nós conseguirmos renovar o prefeito e renovar a Câmara Municipal de Cuiabá, a gente vai conseguir fazer o caminho andar. Agora, se ficar aquelas mesmas pessoas, com todos aqueles vícios e a gente deixar aquelas pessoas ali, aí sim o mandato é complicado, é difícil governar com algumas pessoas que só querem barganhar”.

Especificamente sobre a recente indicação do desembargador Kassio Marques, por Bolsonaro, à cadeira do Supremo Tribunal Federal (STF), Aécio não vê problemas. “É importante a gente ver também que às vezes é uma indicação que pode ser uma mistura, eu vejo como uma indicação positiva, porque é uma mescla entre ele e algum grupo político, então ele está dando abertura pra algumas pessoas participarem do governo como pessoas técnicas. O Kássio, se a gente for parar para ver, foi um dos desembargadores que mais prolataram sentença nos últimos anos. Então ele tem um trabalho a ser admirado. Mas, infelizmente, sempre existem os ataques, vai continuar existindo os ataques ao presidente porque ele está enfrentando o sistema, e isso é natural”.

PSL

Em relação à coligação do PSL, seu partido, e o Partido dos Trabalhadores (PT), muito criticado pela gestão Bolsonaro e todos os seus apoiadores, na cidade de Nova Olímpia (203km de Cuiabá), Aécio também não vê com maus olhos. “Eu acho que tem que existir diálogo, eu não sou uma pessoa radical”, afirmou.

Segundo ele, a união se deu pela necessidade de trazer um grupo de professores para a coligação. O PSL estadual não fez nenhum tipo de proibição a coligações deste tipo nos municípios, mas em âmbito estadual Aécio disse que não aceitaria. “Às vezes tem um grupo lá que é bom, infelizmente está no partido errado, mas se eles decidiram se unir a gente tem que dar essa independência para o município escolher o que é bom pra eles. Às vezes a realidade daqui não é a mesma de lá”.

Mobilidade Urbana

Uma das principais críticas de Aécio em relação à atual gestão de Emanuel Pinheiro – e que acredita que seria, também, uma falha em uma possível gestão Roberto França – é “passar a mão na cabeça das empresas de transporte”. Caso seja eleito, ele pretende:

- Fiscalizar os editais de contração para que haja ar condicionado nos ônibus

- Coberturas em pontos de ônibus

- Retorno dos cobradores ou cobrança digital

- Ciclovias: “Você pega, por exemplo, a Avenida Beira Rio. Ela tem um canteiro entre as pistas de terra, com árvores. A gente poderia muito bem colocar uma ciclovia, isso tem em São Paulo, Curitiba, Nordeste já tem essas ciclovias. Ali tem muitos trabalhadores que andam de bicicleta naquele trecho. Às vezes acontece acidentes”, afirma.

- VLT: “Tem prefeito entrando nessa pauta, falando que vai resolver o problema. Isso aí é populismo barato. Quem está falando isso está enganando a população”, reitera. “Eu sou a favor do VLT, só que eu, como toda a população, tenho medo de colocar mais de 800 milhões a R$1 bilhão na mão de empreiteiras, de construtoras, que às vezes novamente não vai entregar esse VLT. Então eu tenho receio, mas eu quero confiar, mais uma vez, que esse VLT vai ser entregue”.

- Canteiro da Avenida do CPA: Transformação em ciclovia arborizada e corredor de ônibus.
 
Saúde
 
- Projeto ‘mães cuiabanas’: Acompanhamento de gestantes desde o teste de gravidez até o puerpério, com médico, psicólogo e oferecendo opções de higiene.

- Mini hospital no Pedra 90: Transformação da policlínica com duas salas de cirurgia e UTI. “O Pedra 90 está muito longe, muito distante dos hospitais do centro, e a gente quer dar uma reformada nele para conseguir atender alguns casos emergenciais”, explicou. “E a população do Pedra 90 é uma população que seria a 8ª maior cidade de Mato Grosso. Ali tem muita gente. E é necessário colocar um mini hospital pelo menos, iniciar com um mini hospital para gente conseguir evoluir”.

- Teleatendimento: Instalar postos de atendimento virtual nos bairros, alinhamento com os presidentes de bairro para oferecer internet aos moradores. “A gente faz um teleatendimento para a pessoa não ter que pagar uma tarifa de ônibus, ir até o hospital, ficar oito horas esperando dentro de um hospital, e às vezes nem é atendida, voltar pra casa, ter que retornar no outro dia. A gente quer fazer uma triagem, por meio de secretários, enfermeiros e médicos, se necessário, inicial, que às vezes nem pro hospital ele precisa ir”.

- Auditoria dos contratos: Para Aécio, o principal objetivo é identificar para onde vai o dinheiro da saúde, a partir de auditoria de todos os contratos em controle interno à parte. “Revisar todas as concessões, porque nos permite fazer um equilíbrio dos contratos de dois em dois anos”, explica.
 
Educação


- Tecnologia com lousa digital e chromebooks: Inspirado na experiência de Barueri, com uso do Google Educations como plataforma. “A pandemia foi muito boa pra isso, pra gente enxergar, os pais conseguiram enxergar em casa, que é muito difícil você fazer uma criança concentrar no computador, ela ficar parada ali, duas horas. E hoje a criança é muito difícil, você fazer ela ficar concentrada numa carteira e lousa. A gente não precisa parar no tempo”, justifica.

- Aumentar a rede de creches

- Infraestrutura: ar condicionado nas escolas a partir da maior fiscalização e cobrança das empresas que as administram.

- Abertura das escolas aos finais de semana, como centros de convivência.
 
Para colocar tudo isso em prática, a estratégia também é simples: acabando com a corrupção, tanto de servidores quanto de empresas, sobraria orçamento para a realização dos projetos. “Enquanto a gente não tiver dinheiro investido realmente na educação, sem essas empresas que sempre cercam o poder público, a gente não vai melhorar a vida do cuiabano. A gente tem que mostrar que o voto é muito importante. Enquanto a gente não conseguir fazer essa quebra no sistema, a gente não vai evoluir. (...). A gente vai olhar o que está acontecendo, onde está indo o dinheiro, e a gente tem um orçamento obrigatório para utilizar na educação, e tem orçamento. Cuiabá tem orçamento”, finaliza.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

Sitevip Internet