Olhar Direto

Sábado, 27 de julho de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

diz estudo

Três genes humanos evoluíram a partir de "lixo genético"

Pelo menos três genes humanos evoluíram "a partir do zero", por meio de mutações em trechos não-codificados de DNA (ou seja, o DNA que não tem instruções específicas para fabricar proteínas, também considerado "lixo"), em um processo que era impensável há pouco tempo.

Pelo menos três genes humanos evoluíram "a partir do zero", por meio de mutações em trechos não-codificados de DNA (ou seja, o DNA que não tem instruções específicas para fabricar proteínas, também considerado "lixo"), em um processo que era impensável há pouco tempo. Os genes se desenvolveram desde que os humanos e chimpanzés se separaram na escala evolutiva e, portanto, existem apenas nos humanos.


É tentador especular que esses genes são responsáveis pelos traços humanos, observa Aoife McLysaght, do Smurfit Institute of Genetics, em Dublin (Escócia), que fez a descoberta com seu colega David Knowles. No entanto, a interpretação seria prematura: "Ainda não há qualquer indício sobre a função [dos genes]."

O que é extraordinário sobre a descoberta é o passado evolutivo. A maioria dos novos genes surgem da duplicação de genes já existentes e, vagarosamente, as cópias adquirem funções diferentes. Os três novos genes, denominados CLLU1, C22orf45 e DNAH10OS saltaram repentinamente à existência como um resultado de mutações na sequência de DNA, sem haver um código prévio para as proteínas.

Ao comparar o DNA de humanos, chimpanzés e macacos, a equipe de McLysaght chegou a genes humanos que pareciam não existir nas outras espécies. As proteínas curtas dos três códigos genéticos foram encontradas em amostras de sangue de pessoas saudáveis, e os genes também estavam presentes em todos os genomas humanos sequenciados até então o que sugere que eles têm funções vitais em humanos.

Nos outros primatas, as sequências de DNA equivalentes a esses códigos genéticos contêm diferenças que suspendem a produção de proteínas no início, de forma que as sequências nãocodificadas não sejam encontradas nestas espécies. Ou seja, essencialmente, os chimpanzés, gorilas e parte dos macacos trazem essas diferenças o que significa que, no ancestral comum, essas sequências estavam igualmente presentes.

Os investigadores concluem que as três sequências não-codificadas devem ter sofrido mutação nos humanos, e se tornaram capazes de codificar proteínas curtas em algum ponto desde que houve a divisão dos chipanzés, há seis milhões de anos. Embora pelo menos metade DNA não-codificante humano seja considerado "lixo" e sem função, não está claro se este DNA, a partir do qual os três genes descobertos evoluíram, possuíam qualquer função.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

Sitevip Internet