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Sábado, 18 de maio de 2024

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Com saúde em colapso, Fiocruz pede lockdown de 14 dias em Mato Grosso

Foto: Reprodução

Com saúde em colapso, Fiocruz pede lockdown de 14 dias em Mato Grosso
Nos últimos dois dias, Mato Grosso voltou a bater o recorde sombrio de mortes na pandemia da Covid-19  Isto, aliado ao colapso da Saúde no Estado, que tem poucas vagas de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) disponíveis, fez com que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sugerisse um lockdown de 14 dias para tentar controlar a situação.


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O novo Boletim Extraordinário do Observatório Covid-19 Fiocruz chama atenção para a necessidade da adoção de medidas rígidas para o bloqueio da transmissão da doença em Mato Grosso e diversos outros Estado do país. 

As principais recomendações apontadas são a restrição das atividades não-essenciais por cerca de 14 dias, para redução de aproximadamente 40% da transmissão, e o uso obrigatório de máscaras por pelo menos 80% da população.

O documento produzido pelo Observatório Covid-19 da Fiocruz destaca ainda o agravamento do cenário nacional, que apresenta valores extremamente altos de casos e óbitos diários por Covid-19, a preocupante permanência da tendência de aceleração da transmissão do Sars-CoV-2 e o quadro muito crítico das taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o Brasil. 

"Desde o início do mês de março, o país assiste a um quadro que denota o colapso do sistema de saúde no Brasil para o atendimento de pacientes que requerem cuidados complexos para a Covid-19", afirmam os pesquisadores do Observatório. "Este colapso não foi produzido em março de 2021, mas ao longo de vários meses, refletindo os modos de organização para o enfrentamento da pandemia no país, nos estados e nos municípios".

 "O cenário é preocupante, pois indica que pode estar havendo uma situação de desassistência e falhas na qualidade do cuidado prestado para pacientes com quadros graves de Covid-19", comentam os especialistas. "A incapacidade de diagnosticar correta e oportunamente os casos graves, somado à sobrecarga dos hospitais, em um processo que vem sendo apontado como o colapso do sistema de saúde, pode aumentar a letalidade da doença, dentro e fora de hospitais". 

Os pesquisadores alertam que, neste momento de crise, é urgente a adoção rigorosa das medidas de bloqueio da transmissão na quase totalidade dos estados e capitais que se encontram na zona de alerta crítico, bem como nos municípios que integram regiões de saúde onde há altas taxas de ocupação de leitos UTI Covid-19. 

"A coordenação e integração destas medidas, articuladas entre os diferentes níveis de governo e com ampla participação da sociedade, é vital neste momento. Assim, mesmo que vários municípios e estados já venham adotando estas medidas, é fundamental que governos municipais, estaduais e federal caminhem todos na mesma direção para ampliá-las e fortalecê-las, uma vez que a adoção parcial e isolada nos levará ao prolongamento da crise sanitária", afirmam.

O documento apresenta uma lista de medidas urgentes com o objetivo de conter a crise sanitária e o colapso do sistema de saúde. "Para que essas medidas de bloqueio possam ser bem-sucedidas, elas devem ser adotadas conjuntamente, demandando cerca de 14 dias para que produzam resultados na redução das taxas de transmissão em aproximadamente de 40%, exigindo o monitoramento diário para acompanhar seus impactos na redução de casos, taxas de ocupação de leitos hospitalares e óbitos", destaca o Boletim, que também toma como base para a recomendação a Carta do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e estudos realizados em outros países.

Justiça deve pedir restrições

O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, José Antônio Borges, disse que ainda nesta quarta-feira (24) o promotor Alexandre Guedes deve encaminhar ao Poder Judiciário pedido para que novas medidas sejam tomadas para diminuir o contágio do coronavírus pelo estado.

A ação do MP será tomada devido à reprovação do projeto de antecipação dos feriados na sessão extraordinária de terça-feira na Assembleia Legislativa. A informação foi confirmada em entrevista ao Jornal da Capital, da Rádio Capital FM. 

"É o que se chama de judicialização da política. O governador fez uma proposta, porque todo mundo estava falando de feriadão, mas talvez não ficou muito bem explicado. A intensão era manter os empregos e manter o ganho aos empresários. Mas também, promover uma espécie de distanciamento. Infelizmente a AL entendeu que não deveria ter adiantado os feriados. Com isso, o promotor Alexandre Guedes deve tomar medias ainda hoje", disse o procurador. 

Borges ainda cita que existem duas saídas. "Ou faremos um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) ou vamos entrar com uma ação que pode ou não ser acatada pelo Poder Judiciário", frisou. 

Dados de MT

A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) notificou, até a tarde desta terça-feira (23), 292.842 casos confirmados da Covid-19 em Mato Grosso, sendo registrados 7.033 óbitos em decorrência do coronavírus no Estado. Apenas nas últimas 24 horas foram 95 mortes pela doença. Em 17 hospitais públicos a ocupação de UTIs está em 100%. Nos quatro que não estão com este índice a ocupação é de 90% ou mais.

Conforme o boletim, foram notificadas 3.019 novas confirmações de casos de coronavírus no Estado. Dos 292.842 casos confirmados da Covid-19 em Mato Grosso, 15.548 estão em isolamento domiciliar e 268.157 estão recuperados.

Entre casos confirmados, suspeitos e descartados para a Covid-19, há 494 internações em UTIs públicas e 536 enfermarias públicas. Isto é, a taxa de ocupação está em 98,07% para UTIs adulto e em 65% para enfermarias adulto.

Dentre os dez municípios com maior número de casos de Covid-19 estão: Cuiabá (63.255), Rondonópolis (22.562), Várzea Grande (18.542), Sinop (14.647), Sorriso (11.247), Tangará da Serra (10.706), Lucas do Rio Verde (10.030), Primavera do Leste (8.647), Cáceres (6.392) e Nova Mutum (5.629). 

Confira abaixo o posicionamento da Secretaria de Saúde do Estado:

O Governo de Mato Grosso acompanha em tempo real a evolução dos casos de Covid-19 no Estado. Medidas restritivas foram determinadas de forma impositiva aos 141 municípios, desde o início de março. O decreto permanece vigente, com toque de recolher a partir das 21 horas e fiscalização intensa das forças de segurança para coibir aglomerações, inclusive com multas para quem descumprir as regras.

As multas são de R$ 500 para pessoas físicas e de R$ 10 mil para empresas, podendo ser triplicadas em caso de reincidência, conforme lei aprovada nesta terça-feira (23.03). Os estabelecimentos também podem ser fechados por 30 dias e os proprietários, detidos caso se recusem a cumprir as normas.

Em 2020, o governo distribuiu mais de 100 mil máscaras de tecido para servidores estaduais e população.
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