A situação é semelhante em todo país. O Butantan já paralisou o envase da vacina duas vezes por falta do Farmacêutico Ativo (IFA), matéria prima do imunizante. Os atrasos e adiamento de prazos são vistos como consequências das declarações do governo federal à China, fornecedor do insumo.
De acordo com a assessoria de imprensa de Chapada dos Guimarães, são necessárias 800 vacinas para aplicação da segunda dose. A falta acontece porque em 20 de março o Ministério da Saúde autorizou o uso das doses que eram reservadas sob justificativa de ampliar ainda mais a vacinação dos brasileiros.
O idoso Antônio Florêncio, que possui pressão alta, tomou a primeira dose no dia 7 de abril. A segunda dose ficou agendada para o dia 5 deste mês. No entanto, um dia antes foi publicada uma nota no site da prefeitura informando que a vacinação estaria suspensa nos dias 5 e 6 por conta do esgotamento.
Antônio chegou a ir em uma unidade básica de saúde buscar informações e na ocasião foi orientado a ligar no dia seguinte pois havia a possibilidade de chegar novas doses. Porém, as vacinas para sua faixa etária não chegaram.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS-CG) informou que será aplicada nesta quarta-feira (12) a 2ª dose da CoronaVac em idosos de 69 anos de idade ou mais. A SMS explicou que o município recebeu apenas 110 doses e por isso foi preciso limitar a faixa etária de vacinação desta quarta-feira. Um novo chamamento será realizado de acordo com o repasse de novas doses pelo Ministério da Saúde.
Procurada pela reportagem, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT) disse que encaminhou, por meio da Comissão Intergestores Bipartite de Mato Grosso (CIB-MT), uma solicitação ao Ministério da Saúde de 19.426 doses da vacina contra Covid-19 CoronaVac. O órgão estadual aguarda o Governo Federal enviar as doses para completar o esquema vacinal de 48 municípios com a segunda aplicação do imunizante.
A Pasta destacou também que as 14.800 doses de Coronavac recebidas no último sábado (8) foram distribuídas aos municípios para continuidade da imunização dos grupos prioritários e não atende a solicitação feita ao Governo Federal na Resolução n° 37.
Atualmente, o Brasil conta com duas vacinas disponíveis, ambas com a necessidade de duas doses para garantir a imunização completa. A Sinovac/Butantan deve ter a aplicação da dose 2 no intervalo de quatro semanas. A AstraZeneca/Fiocruz no intervalo de 12 semanas.
Com a escassez, o Ministério da Saúde recomenda que a segunda dose deve ser tomada mesmo fora do prazo.