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Sábado, 04 de maio de 2024

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"Mini-Madoff" é preso nos EUA, acusado de fraude de US$ 40 mi

O corretor Philip Barry, de Nova York, foi detido e acusado de manter um esquema de pirâmide --como o do financista Bernard Madoff, que foi revelado no fim do ano passado-- durante 30 anos, com o qual atraiu mais de US$ 40 milhões de pelo menos 800 investidores, informou nesta terça-feira a Procuradoria Federal no Brooklyn, em Nova York.


Barry --que alguns jornais americanos já passaram a chamar de "mini-Madoff"-- começou a captar fundos no final dos anos 70 por meio de sua empresa, Leverage Group, e dizia aos clientes que os investiria em opções sobre ações. Ele afirmava que o investimento era seguro, que tinha grande rentabilidade e que seus clientes poderiam retirar com facilidade o capital fornecido.

Em 2006, o corretor informou aos investidores que as atividades de investimento do Leverage Group tinham gerado uma rentabilidade anual de 12,55% a 21% desde 1979.
As autoridades alegam que Barry operava um esquema de pirâmide, por meio do qual pagava os juros prometidos a seus clientes com os novos fundos depositados por outros investidores, em vez de fazê-lo com o lucro que deveria ter sido obtido por suas supostas operações.

A Procuradoria acrescentou que o corretor mentiu para seus clientes quanto ao objetivo dos investimentos, pois deixou de investir em opções sobre ações e adquiriu propriedades imobiliárias no estado de Nova York.

Além disso, enganou seus clientes sobre a rentabilidade obtida, assim como ao assegurar que seus depósitos estavam protegidos pela SIPC, entidade que protege os investidores nos EUA quando uma corretora é fechada por problemas de ordem financeira.

Segundo a Procuradoria, Barry sempre dissuadia os investidores que queriam retirar seu capital ou atrasava os pagamentos com variadas desculpas. Nas poucas ocasiões em que pagou clientes, os cheques que passava eram devolvidos por falta de fundos.

A Procuradoria também informa que, embora muitos investidores tenham conseguido retirar total ou parcialmente seus fundos, muitos outros sofreram grandes perdas.

O órgão calcula que os balanços das contas dos clientes do Leverage Group somavam mais de US$ 45 milhões, um número muito superior aos ativos que a empresa possui. Se condenado, Barry pode ser condenado a até 20 anos de prisão.

Pornografia

A agência de notícias France Presse informou que Barry foi acusado também de desviar o dinheiro que captava através da pirâmide financeira em pornografia. A SEC (Securities and Exchange Comission, o órgão americano que fiscaliza o mercado de capitais) indicou que Barry gastava o dinheiro com imóveis e em sua empresa de vendas de pornografia por correio chamada Barry Publications.

Como Madoff, condenado em junho a 150 anos de prisão, Barry não operava nos mercados, ao menos desde 1999, apesar de declarar a seus clientes o contrário, e se vangloriava de ter "uma estratégia comprovada de transações" que permitiam "rendimentos não inferiores a 21% por ano".

Madoff

A pirâmide de Madoff é considerada a maior fraude financeira da história, superando a quebra fraudulenta da empresa americana de energia Enron, em 2001 --ela declarou falência após reconhecer que havia contabilizado centenas de créditos como operações de compra e venda, com prejuízo de US$ 63,4 bilhões.

Preso em dezembro do ano passado após a descoberta da fraude, Madoff, ex-diretor da Bolsa Nasdaq, assumiu sua culpa. Sobre ele pesavam 11 acusações, entre elas lavagem de dinheiro, perjúrio e fraude.

Por esse esquema que levantou --conhecido como pirâmide financeira ou Ponzi--, Madoff prometia retornos altos e fixos aos investidores, porém esse dinheiro não vinha do rendimento das aplicações, mas da entrada de novos clientes.

O esquema de Madoff começou a ruir com a crise financeira global. Preocupados com o rumo da economia, diversos investidores tentaram resgatar seus recursos, fazendo com que a pirâmide não fosse mais sustentável.
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