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Terça-feira, 30 de julho de 2024

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crime na fronteirA

Sem respostas há um ano, família de quatro chiquitanos mortos pela PM cobra justiça

Foto: Reprodução

Sem respostas há um ano, família de quatro chiquitanos mortos pela PM cobra justiça
Um ano depois da morte de quatro indígenas chiquitanos em uma região de mata no município de Cáceres (a 220 quilômetros de Cuiabá), na tarde do dia 11 de agosto, a família ainda luta para que a justiça seja feita. Os Chiquitanos Arcindo Sumbre García, Paulo Pedraza Chore, Yonas Pedraza Tosube e Ezequiel Pedraza Tosube Lopez estavam retornando de uma caçada, carregando as carnes já secas de porcos do mato nas mochilas, quando foram cercados por policiais do Grupo Especial de Fronteira (Gefron) e se assustaram.


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Os policiais relataram que os indígenas, de cidadania boliviana, seriam traficantes e resistiram à abordagem. A comunidade Chiquitano afirma que os homens estavam caçando para levar alimento para as suas famílias. Na suposta troca de tiros nenhum policial foi atingido e nenhuma droga foi apreendida.

Em conversa com a Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Rádio Brasil), Meire Predraza Chore, esposa de Arcindo, irmã de Paulo e tia de Yonas e Ezequiel, cobrou justiça. “Todo mundo sabe que estamos nessa situação, com pandemia, vamos fazer o que? ”, disse a indígena. Segundo ela, seu marido caçava e trazia o sustento da família. Agora, ela precisa fazer faxinas em San Matias, na Bolívia.  

“Meu sentimento não é tanto por mim, é mais pelas crianças”, acrescentou. Meire pontuou também que os familiares das vítimas conseguiram ajuda com o padre Aloir Pacini. “Só Deus para conservar a gente e ninguém mais. O que a gente passa e vem passado, não estou feliz”.

Meire conta que os indígenas são conhecidos pelos policiais da região e que, inclusive, eles costumavam visitá-los em casa.

O padre Aloir Pacini contou que o caso foi transferido e está sob cuidados da Polícia Federal. Ele pontuou que a perícia na cena do crime foi realizada meses depois e todos vestígios já tinham desaparecido. “O que eu percebo é que a cobrança por justiça e comunidade continua muito firme”.

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