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Domingo, 21 de julho de 2024

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Viúva negra

Mandante do assassinato do marido quis saber de imagens do crime e perguntou se só confissão bastava

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Mandante do assassinato do marido quis saber de imagens do crime e perguntou se só confissão bastava
Ana Cláudia Flor, esposa do empresário Toni da Silva Flor, de 38 anos, teve uma postura que causou estranheza ao delegado Marcel Oliveira, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Logo depois do crime, um dos questionamentos dela era saber se havia imagens que mostravam o momento do assassinato. Depois, perguntou se só uma confissão bastava para indiciar o, até então, único preso pelo fato.


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“Algumas situações nos causaram estranheza. No dia da prisão de Igor Spinozza, ele confessou o crime, mas não divulgamos que ele tinha apontado a Ana Cláudia como mandante. Ela então nos perguntou se só com a confissão era possível indiciar alguém. Não é o comum a mulher da vítima ter essa postura de defesa com o criminoso”, disse o delegado.
 
Marcel Oliveira ainda revelou que Ana Cláudia questionou se tinha imagens do momento do crime, do local, entre outros, o que também não é comum. “Todo mês ela vinha na delegacia para saber o andamento”.
 
Nos próximos 30 dias devem ser feitas requisições para que as prisões temporárias (de 30 dias) sejam convertidas para preventivas.
 
Apontada como mandante do assassinato, Ana também queria acabar com a vida do executor Igor Spinozza como ‘queima de arquivo’.
 
Ana Cláudia teria procurado um dos intermediadores para encomendar outra execução. “Ela chegou a cogitar matar o Igor, que é o executor e seria a principal pessoa que poderia acusá-la”, acrescentou durante coletiva o delegado.
 
Ao ser detido na semana passada, o executor Igor Spinozza contou detalhes do ocorrido e afirmou que teria dado cinto tiros no empresário. Quando o suspeito chegou à delegacia, a mãe de Toni, Nice da Silva Flor, estava na porta. Ela gritou para Igor e questionou: "Porque você fez isso?".
 
Dos R$ 60 mil prometidos pela acusada, R$ 20 mil em espécie teriam entregues a Igor nas proximidades do contorno da viola de cocho do bairro Jardim Imperial, onde ela residia. Ainda conforme ele, Ana Cláudia e dois intermediários conversaram por videochamada. Outros dois envolvidos iriam receber R$ 20 mil, cada.
 
Ana Cláudia tem cerca de 30 mil seguidores nas redes sociais que usava para cobrar justiça pela morte do empresário. O casal possui três filhos.
 
Sua última publicação no feed do Instagram aconteceu quando a morte de Toni completou um ano. “Por aqui tudo mudou para mim só eu sei o que sinto e a falta que você me faz em tudo. Faz falta nas minhas decisões, faz falta nos churrascos, faz falta no trabalho, faz falta na minha cama, faz falta em tudo! Mas por aqui continuo seguindo e te conhecendo bem como eu conheço sei que está orgulhoso de mim! Vou te amar para sempre até um dia meu Tudão”, disse.
 
Em outubro do ano passado, Ana Cláudia chegou a realizar um evento em homenagem a vítima chamado ‘carreata da saudade’. O casal tem três filhas.
 
O caso
 
Conforme as informações do boletim de ocorrências, Toni chegou a academia, desceu do carro e seguiu para dentro do estabelecimento. No meio do caminho, um homem, sentado em uma motocicleta e com a cabeça baixa, se aproximou e efetuou os disparos.
 
O empresário foi socorrido às pressas pelas testemunhas e encaminhado para o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), onde passou por cirurgia de emergência. Ao todo, foram confirmadas quatro perfurações. Ele não resistiu aos ferimentos e foi a óbito.
 
Não foi confundido
 
O delegado Marcel Gomes de Oliveira descartou que Toni  tenha sido confundido com um policial rodoviário federal. O alvo do criminoso, Igor Spinozza, de 26 anos, desde o começo era o empresário.

“Na verdade, essa história nunca existiu. Foi algo ventilado pela própria vítima, no momento em que foi socorrida. Falou para um amigo que não devia nada para ninguém e que teriam ido atrás de alguém parecido com ele. Com isto, começou a surgir essa questão do PRF”, explicou o delegado.
 
Marcel reiterou que o criminoso confessou o crime e que tinha o empresário e não o PRF como seu alvo. “Porém, ele não quis explicar o motivo e ficou em silêncio durante o restante do depoimento. Não paramos de trabalhar um único dia. Após este longo trabalho investigativo, conseguimos encontrar o suspeito”.
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