O prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), anunciou que não descarta lançar mão de serviços terceirizados para garantir o atendimento da população no caso das negociações com o Sindimed-MT (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso) se revelarem infrutíferas. A declaração foi dada em coletiva à imprensa, na Prefeitura da capital.
Os médicos paralisaram atividades desde o segunda-feira (7), mantendo apenas os serviços de urgência e emergência. Isso, além da demissão de 66 médicos da rede pública da capital. Entre os profissionais com pedido de desligamento estão 22 cirurgiões do Hospital Pronto Socorro Municipal de Cuiabá. Os outros 44 se dividem entre pediatras da mesma unidade de pronto atendimento e clínicos das unidades de PSF. Todas motivadas por uma suposta falta de condições do exercício pleno da medicina, difícil relacionamento com o secretário de Saúde, Luiz Soares, e, prioritáriamente, reivindicações salariais.
Wilson Santos ainda considerou inoportunas as cobranças do sindicato, que se manifesta pedindo aumento salarial e enquanto ocorre redução do orçamento municipal. “É um momento difícil para se falar em aumento. Os municípios estão falidos”, falou o prefeito.
O prefeito fez questão de salientar o aumento salarial da classe desde o início do de seu mandato. Segundo Wilson, quando ele assumiu a prefeitura, o saldo mensal de um médico das policlínicas era de R$ 1200 e hoje a remuneração final é de R$ 3.800. Um dos motivos do aumento foi a criação da data base de reposição da inflação no salário do servidor.
Além disso, o tucano lembra que, também quando assumiu, o salário da classe estava com três meses de atraso. Fato, segundo o prefeito, jamais repetido nesta gestão.
Outro motivo que leva o prefeito a considerar inoportuna algumas das exigências dos médicos quanto à melhoria na estrutura da rede de saúde pública municipal é o avanço obtido pela gestão nessa área. “Quatro policlínicas foram reformadas. Duas dobraram a capacidade de atendimento. Uma nova foi construída no bairro Pedra 90 e outra está sendo feita”.
Wilson Santos ainda lembrou reforma e re-equipagem do Hospital Pronto Socorro Municipal de Cuiabá (HPSCM), anunciada para começar na primeira quinzena de outubro. Segundo o prefeito, a obra irá transformar o hospitalem um dos melhores do país e atendera esta exigência do Sindimed.
O que não foi atendido
O prefeito Wilson Santos afirmou que o Sindimed, informalmente, cedeu um prazo de dez dias para a avaliação do aumento salarial. Nesse tempo, a Secretária Planejamento e Finanças realizará um estudo para analisar a viabilidade do pedido.
Santos chamou atenção para o valor solicitado pelos médicos: R$ 8.232 por 20 horas de serviços semanais.
Também foi negada a incorporação do Prêmio Saúde, vulgo ‘mensalinho’, ao salário dos médicos. Segundo Santos, o valor em questão é um incentivo a produtividade e ao bom atendimento da população e não vencimento base. Contudo, o prefeito admitiu flexibilizar os critérios para o não pagamento da gratificação aos profissionais da saúde.
Não sai
“Assim como consideramos uma falta de respeito à prefeitura pedir a demissão do presidente do sindicato e sua diretoria, consideremos uma falta de respeito eles realizarem este pedido”, ratificou Wilson Santos. Negando, assim, qualquer possibilidade de demitir o secretário Luiz Soares.
Atualizada às 18h20
