Era a chance perfeita. Jogo em casa, classificação garantida e o titular da posição a milhares de quilômetros de distância. Mas no reencontro com a seleção brasileira, Adriano teve uma noite de poucos lampejos contra o Chile e uma certeza: precisará de jogos mais convincentes para fazer sombra a Luís Fabiano e garantir vaga na Copa de 2010. O Imperador ainda viu Nilmar marcar três vezes na vitória de 4 a 2.

Há cinco meses, Adriano foi direto da partida contra o Peru, em Porto Alegre, para um retiro espontâneo na favela da Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro. De lá, anunciou que pretendia “parar” momentaneamente de jogar futebol. Jogou para o alto a vaga na seleção de Dunga e o contrato milionário com o Inter de Milão para começar do zero no Flamengo. Os dez gols que fez em 18 jogos no Brasileiro convenceram o treinador do Brasil a dar-lhe mais uma chance. E a suspensão de Luis Fabiano antecipou a vaga no time titular.

Na escalação do placar eletrônico do estádio de Pituaçu, somente o filho da Bahia, Daniel Alves, recebeu mais aplausos do que Adriano. A popularidade também se mostrou em alta com as baianas. A cada toque na bola parte das mulheres não economizou nos gritos histéricos para o “galã”. Com a bola nos pés, ele não acertou o primeiro passe. Nem o segundo, o terceiro, o quarto... Quando Daniel Alves cruzou, o Imperador não alcançou e Nilmar abriu o placar. Na chance seguinte, driblou Bravo e, mesmo de direita, acertou o gol. Entraria, se não fosse o carrinho de Ponce. Parecia uma noite de vassalo.

Na jogada do gol de Julio Baptista, Adriano não participou. Logo no início do segundo tempo, antes de Suazo empatar, driblou dois, foi à linha de fundo, mas ninguém apareceu na área para completar. Entre um esbarrão e outro em um chileno, viu a placa no quarto árbitro subir com o número 9. Saiu cabisbaixo, ciente de que poderia ter feito mais. A torcida também sentiu isso. A maioria o aplaudiu, mas alguns o vaiaram. Não reconheceram (ainda) que o Imperador voltou.