Um Steve Jobs bem mais magro voltou aos holofotes, pela primeira vez em mais de seis meses, nesta quarta-feira (9), ao revelar novos iPods em evento da Apple, recebendo aplausos do público.
Steve Jobs fez sua primeira aparição pública, nesta quarta (9), após meses, desde que começou a se tratar de um câncer no pâncreas e se submeteu a um transplante de fígado. Montagem mostra seis momentos do diretor executivo da Apple (da esquerda para direira, de cima para baixo): 2000, 2003, 2005, 2006, 2008 e 2009. (Foto: Reuters)
Vestindo seus típicos jeans e camiseta preta, Jobs subiu ao palco e agradeceu a todos da comunidade Apple por seu apoio. Foi a primeira vez que apareceu em público desde que voltou ao trabalho em junho, após seis meses de licença médica, durante a qual o carismático "showman" do mundo corporativo passou por um transplante de fígado.
Para o analista Michael Gartenberg, a presença de Jobs no evento da Apple desta quarta foi "uma atitude inteligente".
"Eles estão lidando com o problema", disse Gartenberg, da empresa de pesquisa de Interpret, ao site "MercuryNews.com". "Caso contrário, isso se torna o elefante na sala, e a ausência de Steve torna-se a história", avaliou.
Gartenberg, no entanto, disse não ter ideia do papel que Jobs terá daqui para frente na companhia que ajudou a fundar. "Eu nunca tentaria adivinhar o que ele pode ou não fazer. Mas esta é a sua companhia, e ele não vai embora voluntariamente", garantiu.
Analistas esperavam que a aparição de Jobs impulsionasse as ações da Apple.
Os papéis da empresa chegaram a subir durante a tarde para US$ 174,47, seu nível mais alto desde 28 de agosto de 2008.
As ações da Apple, no entanto, caíram após atingirem seu nível mais alto em 1 ano, com alguns analistas tendo observado o quão magro estava o diretor-executivo da companhia, de 54 anos.
O certo é que a aparência agora frágil de Jobs ainda gera certa desconfiança no mercado quanto aos rumos da Apple.
"Tenho certeza que essa aparência tão frágil de (Jobs) o cara passou pela cirurgia mais grave que se pode passar não ajudou as coisas, mas acho que as pessoas já aceitaram que o bastão será passado para outro, é só uma questão de quando acontecerá", disse o diretor administrativo de negociação de ações dos EUA da Canaccord Adams, Dave Rovelli, à agência Reuters.