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Domingo, 28 de julho de 2024

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Risco de cabeças d´água

Bombeiros recomendam que banhistas evitem visitar e entrar em cachoeiras, lagos e rios mesmo sem chuva

Foto: Reprodução

Bombeiros recomendam que banhistas evitem visitar e entrar em cachoeiras, lagos e rios mesmo sem chuva
Com um período chuvoso severo que antige Mato Grosso desde o fim do ano passado, o Corpo de Bombeiros fez uma recomendação para que banhistas evitem entrar em cachoeiras e rios, mesmo enquanto não está chovendo. O alerta é devido ao fenômeno conhecido como 'cabeça d'água', que pode acontecer de repente, podendo levar, inclusive, a morte.


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Segundo a corporação, o volume do nível das águas nos rios está subindo, e para evitar acidentes por afogamento os banhistas devem evitar visitas e até mesmo a entrada em rios, lagos e cachoeiras mesmo quando não esteja chovendo no local.

O alerta é devido ao fenômeno 'cabeça d'água', bastante propício neste período. Pode chover intensamente em determinados pontos, como na cabeceira do rio e elevar o nível da água. Neste caso, os banhistas podem ser surpreendidos e arrastados pela forte correnteza.

O Estado de Mato Grosso está na rota com risco temporais, com previsão de chuvas de 30 até 60 mm, acompanhadas de ventos que podem atingir de 60 a 100 km por hora, conforme alerta emitido pela Defesa Estadual Civil.

No domingo (31), os bombeiros resgataram banhistas que ficaram ilhados na Cascata dos Namoradores, no Parque Serra Ricardo Franco, em Vila Bela da Santíssima Trindade (521 km de Cuiabá). O grupo de pessoas foi surpreendido por uma cabeça d’água.

De acordo com o site Portal Lacerdense, o Corpo de Bombeiros resgatou nove banhistas da cidade de Pontes e Lacerda e Vila Bela da Santíssima Trindade. Fortes chuvas na região teriam contribuído para o aumento do volume d’água e formação do fenômeno.

Fenômeno

Com período chuvoso, as cabeças d´água começaram a serem vistas com mais frequência. O professor de Climatologia do Departamento de Geografia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), doutor Rodrigo Marques, explica que elas são imprevisíveis e podem acontecer mesmo sem chuva rio baixo.

“As cabeças d’água ocorrem quando temos um aumento repentino no nível dos rios, causado geralmente por uma chuva intensa na sua cabeceira ou em áreas acima, fazendo com que a água se concentre como uma enxurrada e avance como se fosse uma onda rio abaixo. É um evento difícil de se prever, mas que está associado a ocorrência de fortes chuvas, e que em questão de segundos eleva muito o nível da água”, disse ao Olhar Direto.

“Há alguns indicadores que podem apontar que uma cabeça d’água está a caminho, como um aumento repentino (mesmo que ainda pequeno) no nível da água e na força da correnteza, muitas folhas e galhos descendo pelo curso d’água, mudança na turbidez da água (a água fica bem turva); e um barulho estranho ou diferente na parte mais alta do rio”, pontua.

O professor explica também o que fazer o que fazer quando o fenômeno acontecer, mas salienta que não precisa de estar chovendo para a cabeça d’água se formar.

“Primeiro ponto é que no caso de chuvas na região, estes locais devem ser evitados, e no caso de estar em um rio onde se perceba que uma cabeça d’água esteja em curso, deve-se sair imediatamente da área e buscar um local seguro, de preferência mais alto para se proteger da água. Outra questão importante é que não precisa estar chovendo no local, a cabeça d’água se forma em função de chuvas fortes em áreas acima ou na cabeceira dos rios”.
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