O presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu ao senador Wellington Fagundes (PL) para ser candidato ao governo e formar uma chapa totalmente bolsonarista na eleição de outubro deste ano. A informação foi colhida pela reportagem do
Olhar Direto nos bastidores da política mato-grossense e confirmada por três fontes diferentes.
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Confiante no pedido, o presidente teria dito a pessoas próximas que existem chances de Fagundes aceitar. O problema é que o próprio Wellington não se vê como adversário do atual governador Mauro Mendes (DEM) e sempre manifestou preferência por disputar a reeleição ao Senado.
O próprio Fagundes contou a Jayme Campos (DEM) e Emanuel Pinheiro (DEM) o pedido feito pelo presidente. A notícia sobre o pedido foi repassada por Wellington durante reunião realizada em Brasília e em reunião realizada na prefeitura de Várzea Grande, que contou também com a presença do prefeito Kalil Baracat (MDB) e do deputado federal Emanuelzinho (PTB).
No encontro, Fagundes disse a Jayme Campos que gostaria que o senador fizesse uma composição com ele, caso decidisse por sua candidatura ao governo. A possibilidade aventada pelo senador do PL é de que a prefeita de Várzea Grande, Lucimar Campos (DEM) poderia ser sua vice na disputa pelo Palácio Paiaguás. Jayme sempre manifestou apoio a Fagundes, os dois têm uma boa relação desde os anos 90, quando Campos “lançou” o nome de Wellington na política.
O núcleo bolsonarista de Mato Grosso também já sabe do pedido feito pelo presidente e a maioria dos integrantes do grupo apoiará se Fagundes decidir ser candidato. O problema no meio de toda essa conjuntura é muito simples: Wellington entende que sua reeleição ao Senado é mais provável do que uma candidatura ao governo contra Mendes, que nunca teve uma oposição consolidada durante o seu mandato.
Por outro lado, o presidente Bolsonaro e seus asseclas precisam cumprir com o prometido de lançar o nome de José Medeiros (Pode) ao Senado. Esta seria uma das razões do pedido feito a Wellington pelo presidente, além da natural distância que existe entre Bolsonaro e o governador Mauro Mendes.
Se Wellington disputasse ao Senado, a chapa do PL teria mais chances de reeleger Nelson Barbudo, que deve migrar para o partido, e eleger Coronel Fernanda, que se filiou à sigla. Fernanda recebeu um apoio discreto do presidente quando foi candidata ao Senado na eleição suplementar de 2020, no qual acabou derrotada por Carlos Fávaro (PSD).