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Domingo, 28 de julho de 2024

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Prometiam altos lucros

Vítimas chegaram a aplicar R$ 250 mil em esquema de pirâmide do agro; saiba quem são empresários alvos

Foto: Reprodução

Os irmãos João Paulo e Thiago

Os irmãos João Paulo e Thiago

As investigações da Delegacia Especializada de Crimes Fazendários (Defaz), que embasaram a 'Operação Pirâmide de Morfeu', deflagrada nesta quarta-feira (16), para cumprimento de 17 ordens judiciais de busca e apreensão domiciliar contra alvos investigados por um suposto esquema de pirâmide no agronegócio de Mato Grosso, apontam que algumas vítimas chegaram a aplicar até R$ 250 mil no esquema, que prometia altos lucros. Os principais alvos são os irmãos e empresários Joao Paulo Crisostomo da Silva e Thiago Antonio da Silva Neto.


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Segundo o apurado, foi criado um grupo financeiro fictício com a atuação na cidade de Primavera do Leste, onde foram constituídas várias empresas com atuação em diversos segmentos econômicos. Elas exibiam propagandas e vídeos comerciais bem produzidos, prometendo às vítimas enormes ganhos a partir de investimentos no agronegócio mato-grossense.

Os dois irmãos e já foram investigados por estelionato e respondem a diversos processos de execução. 

Thiago foi preso em uma operação da Polícia Civil do estado do Maranhão por estelionato e possui diversos boletins de ocorrências registrados pelo mesmo crime.

João Paulo, também já foi condenado a dois anos de reclusão, em regime aberto, substituída por restritivas de direitos, consistentes em prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas e limitação de fim de semana por receptação. Ele recorreu desta decisão. O processo segue tramitando na Justiça.

Prejuízo

A investigação apurou que, até o momento, há diversas vítimas da organização criminosa que investiram valores de R$ 50 mil e R$ 250 mil e outras aplicaram valores acima dessas quantias e estão com dificuldades para receberem o valor do investimento e dos altos do lucros prometidos.

Para atrair o investidor, a organização tem como modus operandi mostrar uma estrutura atraente. Os primeiros investimentos de valores menores são pagos corretamente, criando nas vítimas a ilusão de um investimento seguro, mas que, no entanto, após um período começam a ter dificuldades para receber o que foi aplicado.



As informações exibidas eram todas de fachada, sem qualquer lastro econômico, inclusive, com a apresentação de propriedades rurais que não pertencem à organização. Com isso, os investidores (vítimas) eram ludibriados com a promessa de retornos financeiros muito acima da média comercial, fraudando o fisco estadual e instituições bancárias por intermédio dos irmãos.

Empresas

As empresas criadas pertencem ao fictício grupo econômico Agro Bom Sucesso,  Grupo SBS e Confraria Agrícola. Os órgãos estaduais não localizaram qualquer registro formal do suposto “Grupo SBS”, como também nenhuma holding que agregasse as empresas do fictício grupo.

De acordo com a Sefaz, a empresa Agro Bom Sucesso Corretora de Cereais Ltda. iniciou suas atividades, supostamente, em 2018, no estado do Maranhão e, posteriormente, foi transferida para Mato Grosso em 28/10/2019. E, até 22 de março do ano passado, recolheu apenas R$ R$ 149.948,74 aos cofres públicos e declarou ao órgão fazendário estadual a realização de operações comerciais que somam mais de R$ 9 milhões de reais. Porém, os valores relativos à sonegação do fisco são estimados em R$ 1,6 milhão.

O nome da operação foi inspirado pelos altos ganhos prometidos, típicos dos esquemas de pirâmide, que acabam sendo um sonho irrealizável. Além ds menção a Morfeu, que representa a personificação dos sonhos na mitologia grega.

As 17 ordens judiciais de busca e apreensão domiciliar foram expedidas pelo juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá baseadas em investigações promovidas pela Delegacia Fazendária Unidade de Inteligência Fiscal e Monitoramento da Secretaria de Estado de Fazenda e 14ª Promotoria de Justiça Criminal da Capital.

Os mandados incluem ainda o sequestro de bens e valores pertencentes ao grupo criminoso, o bloqueio de várias contas correntes e de três veículos.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos alvos. O espaço segue aberto para posicionamento.
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