O deputado estadual Dilmar Dal Bosco externou seu descontentamento com a direção do União Brasil e deixou claro que pode deixar o partido, caso continue preterido ou esteja atrapalhando os planos do grupo liderado pelo governador Mauro Mendes.
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Dilmar, que está no DEM desde antes da chegada de Mauro e seus aliados, afirmou que as lideranças partidárias da sigla formada a partir da fusão com o PSL estão priorizando algumas pré-candidaturas, especialmente de secretário. Sem citar nomes, afirma estão usando o partido e se aproveitando da estrutura do governo para auto promoção.
Atualmente, dois secretários filiados ao União Brasil já declararam a intenção de disputar vaga na Assembleia Legislativa e estão esperando autorização de Mauro para se descompatibilizar do governo. São eles Gilberto Figueiredo (Saúde) e Alberto Machado, o Beto Dois a Um (Cultura, Esporte e Lazer).
“Pessoas que estão usando o partido, secretários que não definem, uns que querem sair. Nos momentos difíceis eu estava apoiando e acreditando no Governo, agora secretário utilizando toda a estrutura do estado no interior, trocando voto, principalmente na minha região (Sinop)”, declarou.
Vejo que tem um pouco de prioridade e isso não é bom para o partido
“Não gostei das atitudes que estão sendo tomadas dentro do partido com alguns que são candidatos a deputados estaduais. Vejo que tem um pouco de prioridade e isso não é bom para o partido”, completou.
Os desentendimentos dentro do antigo DEM não são novidade. Em 2018, quando Mauro deixou o PSB e se filiou a legende, levou todo o seu grupo político, tirando Dilmar da presidência do diretório regional, que até então abrigava apenas os membros do grupo dos irmãos Jayme e Júlio Campos. Desde então, tais grupos pouco se entendem.
Em 2020, por exemplo, o presidente Fabio Garcia, aliado de Mauro, liberou os filiados durante a eleição suplementar ao senado. O governador apoiou a candidatura de Carlos Fávaro (PSD) e o partido se coligou com Nilson Leitão (PSDB), que teve Júlio como um de seus suplentes.
Agora, com a mudança para o União Brasil, os Campos e até Botelho dialogam com a oposição, que tenta convencer o senador Wellington Fagundes (PL) a deixar o projeto de reeleição para disputar o Palácio Paiaguás.
Neste cenário, Dilmar garante que o compromisso com Wellington é em relação a disputa ao Senado e que ao Governo continuam fechados com Mauro. No entanto, admite ter colocado sua filiação à disposição do União, caso sua pré-candidatura à Assembleia esteja afastando a chegada de novas lideranças.
Além disso, o deputado critica a direção de Fabio, por conta da saída dos quatro deputados que estavam no PSL. Elizeu Nascimento, Delegado Claudinei e Gilberto Cattani já estão confirmados no PL e Ulysses Moraes também está em tratativa com o partido do presidente Jair Bolsonaro. De acordo com Dilmar, mesmo com a fusão, o União continua do mesmo tamanho que o DEM tinha no Legislativo estadual.
“Falei na reunião que o partido sempre me colocou como uma dificuldade para trazer novas lideranças, por já ser deputado e possível reeleito. Digo que sempre estou à disposição para deixar o partido e procurar uma nova sigla, que já fui convidado. Não tenho nenhuma dificuldade em deixar o partido, para que ele possa crescer sem a minha presença”, afirmou.
Tenho convite do PP, PSDB. Continuo no União, mas se eu estiver atrapalhando, com certeza vou procurar o meu caminho político”, pontuou.
