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Domingo, 21 de julho de 2024

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CHUMBO TROCADO

"Pela régua que o governador costuma medir todo mundo, ele está enrolado", provoca Emanuel após prisão de ex-secretário

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Principal motivo apontado pelo governador Mauro Mendes (União) para o rompimento entre ele e o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), a prisão de membros do staff agora atingiu em cheio a gestão do Estado. O prefeito da Capital foi cauteloso ao comentar o assunto, disse que não há razão para se comemorar, mas cobrou explicações de seu desafeto.


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Preso nesta terça-feira (19) pela Polícia Federal sob a acusação de tráfico internacional de drogas, o ex titular da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Nilton Borgato, deixou o Governo no dia 31 de março, por conta da legislação eleitoral que exige a desincompatibilidade de gestores que pretendem disputar cargo eletivo, seis meses antes da eleição. O ex-secretário é pré-candidato a deputado federal pelo PSD.

“O fato em si é lamentável e não deve ser comemorado, mas se for medido pela régua que o governador costuma medir todo mundo, ele tá enrolado. O secretário dele ficou quatro anos na Pasta, praticamente o mandato inteiro, saiu há duas semanas para ser candidato a deputado federal. Ou seja, o suposto crime do qual ele é acusado pelo Ministério Público e pela Polícia Federal, se ele praticou foi dentro do Governo do Estado. Crime gravíssimo e ninguém sabia? O governador não sabia? Medindo pela régua do governador, certo? Por muito pouco ele não foi preso dentro do Governo”, declarou Emanuel.

A ação da PF, denominada Operação Descobrimento, é coordenada pela Polícia da Bahia e investiga fatos que tiveram início em fevereiro de 2021, quando um jato executivo Dassault Falcon 900, pertencente a uma empresa portuguesa de táxi aéreo, pousou no aeroporto internacional de Salvador para abastecimento.

Durante a inspeção da aeronave, foram encontrados cerca de 595 kg de cocaína escondidos na fuselagem. A empresa seria ligada ao lobista Rowles Magalhães, que também foi alvo da operação e que se tornou conhecido ao denunciar, em 2012, um esquema de pagamento de propina referente à licitação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

Conforme a PF, a partir de então, foi possível identificar a estrutura da organização criminosa atuante nos dois países, composta por fornecedores de cocaína, mecânicos de aviação e auxiliares (responsáveis pela abertura da fuselagem da aeronave para acondicionar o entorpecente), transportadores (responsáveis pelo voo) e doleiros (responsáveis pela movimentação financeira do grupo).

Borgato foi preso em seu apartamento, em Cuiabá. “E agora, Mauro Mendes, o que o senhor vai dizer? Vai dizer que não sabia e que todos têm direito à defesa? Eu concordo que sim, mas aí tem que valer para todo mundo, ne?!”, pontuou Emanuel.

Sem relação com o Governo

Questionado sobre a prisão de Borgato, o governador Mauro Mendes tratou de desvincular a imagem de seu Governo com a Operação. De acordo com o chefe do Paiaguás, os supostos crimes que o ex-secretário pode responder não tem qualquer relação com a sua passagem pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação.

“O que as pessoas fazem em sua vida particular é problema deles, não é problema do Governo. Não conheço os fatos, pois vi apenas pela imprensa. É um crime pessoal, se realmente proceder, é algo que não tem nada a ver com o Governo. Não tem absolutamente nada a ver com a Gestão ou com algo que ele tenha praticado dentro do Governo", defendeu o governador, em entrevista à Rádio Vila Real.

 
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