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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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MOTOCIATA EM CUIABÁ

“Mostramos oposição e resistência em MT”, diz autora de protesto contra Bolsonaro que lembrou fila dos ossos

Foto: Ana Carolina Mello

Estudantes protestaram contra desigualdade social em Mato Grosso durante visita de Bolsonaro

Estudantes protestaram contra desigualdade social em Mato Grosso durante visita de Bolsonaro

Com uma faixa lembrando a fila dos ossinhos, onde moradores de Cuiabá aguardavam doação de ossos de boi em um açougue no bairro CPA 4, os estudantes e membros de movimentos sociais protestaram contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) durante motociata, na tarde dessa terça-feira (19). 


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A estudante Clarinda Tavares de Castro, de 21 anos, foi uma das organizadoras do ato. De acordo com ela, o protesto foi organizado às pressas, mas surgiu da necessidade de mostrar que há oposição ao atual presidente em Mato Grosso. 

“Vivemos em um estado que tem mais cabeça de gado que pessoas. É inadmissível que muitos tenham que recorrer à uma fila dos ossinhos para comerem carne, em um estado que tem carne sobrando. Em Mato Grosso estão acontecendo muitos retrocessos”. 

Clarinda citou o aumento de feminícidios e sucateamento da Educação em Mato Grosso como algumas das consequências da eleição de Bolsonaro como presidente. Ela e os outros estudantes julgaram necessário jogar luz para relembrar a fila dos ossos, que marcou a desigualdade do país durante a pandemia. 

Manifestantes lembraram da fila dos ossos em um açougue no CPA 4. (Foto: Ana Carolina Mello)

Na passagem pela avenida do CPA, Bolsonaro passou em frente à faixa colocada pelos opositores. A imagem da faixa pintada pelos estudantes e posicionada na avenida durante a motociata dos apoiadores rodou o país.

Para Clarinda, a sensação é de “dever cumprido” por terem conseguido mostrar que há resistência e oposição ao presidente em Mato Grosso.

“Não podíamos dar essa felicidade para essas pessoas [apoiadores do Bolsonaro] de fazer a motociata deles e acharem que está tudo bem, quando não está”. 

Manifestantes reclamam de repressão da PM

De acordo com Clarinda, estudantes do ensino médio que passaram pelo local e gritaram palavras de ordem como “fora, Bolsonaro”, foram reprimidos pela PM. Além disso, ela ressalta que os policiais tentaram impedir o ato. 

“Houve tentativa da PM de nos tirar de lá, mas como sabemos dos nossos direitos de poder manifestar, ficamos lá com a faixa. Houveram outros momentos, como quando colocaram uma viatura na frente da nossa faixa para ela não aparecer em um dos pontos específicos em que Bolsonaro passaria”. 

Clarinda contou que viu quando a PM mandou que os estudantes do ensino médio fossem embora ou o Conselho Tutelar seria acionado. Para ela, a situação deixa claro a repressão sofrida pelos opositores do presidente Bolsonaro. 

“A PM foi covarde, é muito fácil você falar isso para um estudante, um menor de idade. E não garantir os direitos dele de pensar, de dar opinião, de se manifestar também. Foi uma das coisas que foram muito marcantes para nós também”.

Agora, a estudante espera que o ato simbólico realizado durante a motociata nessa terça-feira (19), incentive outras pessoas que não concordam com o atual governo a se manifestarem também. 

“Mesmo que seja com poucas pessoas, a denúncia e o repúdio ao governo Bolsonaro representará milhares de outras pessoas. A resposta final do povo vai ser em outubro, nas urnas, quando os brasileiros irão tirar esse genocida do Poder”.
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