A deputada federal Rosa Neide (PT) afirmou que não acredita que a decisão do partido em Mato Grosso de barrar a candidatura de Ester Caroline, a ‘Tigresa Vip’, tenha sido por misoginia. Segundo ela, o PT discuta a aceitação dos diferentes e têm pessoas de todas as camadas sociais, e neste caso o que houve foi uma tramitação de filiação que não corresponde ao procedimento normal.
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“Quanto ao que ela faz, a vida particular dela, não é do interesse do partido, muito menos meu. Eu convivo com o Alexandre Frota lá no plenário da Câmara, que é um ator pornô, e ele cumpre seu papel de parlamentar sem problema nenhum. Eu vi alguns vídeos que eu acho que ela fala sobre política nos vídeos, que eu acho um pouco de exagero, de escracho com a política, mas está na liberdade dela de fazê-lo”, defendeu a parlamentar.
Nesta segunda-feira (25), em entrevista ao Olhar Direto, o advogado Paulo Lemos, que assumiu a defesa de Ester Caroline, apontou questões de gênero e eleitorais na decisão da Executiva estadual do PT, que barrou a filiação da atriz pornô, famosa pelos seus vídeos no Youtube e sites especializados de sexo. De acordo com o especialista, a defesa irá apresentar recurso junto ao diretório estadual e nacional da sigla, para que a decisão seja revertida.
Tigresa se filiou ao partido no início do mês, mas foi barrada dias após o anúncio da sua pré-candidatura à Assembleia Legislativa. Apesar da repercussão, em sua maior parte negativa, o advogado não vê que a desfiliação tenha sido motivada apenas pelas críticas ao fato de uma atriz pornô pretender disputar um cargo eletivo. Para ele, trata-se de “perseguição”.
“Eu estou há quarenta anos no PT e o PT é um partido que discute o tempo todo a aceitação dos diferentes. Então nós temos pessoas no partido de todas as camadas sociais e de todas as representações. Essa pessoa eu não conheço, se é filiada no PT eu nunca ouvi falar, a senhora Ester poderia se filiar normalmente. Eu acho que houve um problema na filiação dela entre Alta Floresta e Barão de Melgaço uma tramitação no sistema que não corresponde ao procedimento normal e isso foi questionado”, afirmou, por outro lado, Rosa Neide.
Segundo a deputada, há uma burocracia dentro do PT no processo de filiação e candidatura. “No PT, as pessoas entram, fazem formação, participam, fazem militância, depois se apresentam como candidatos e aí tem as candidaturas que são avaliadas dentro do partido. Eu não vejo que é pelo que ela faz que foi o problema. Foi a forma, foi a metodologia, e isso pode se resolver tranquilamente, parece que está havendo muita tempestade pra pouca chuva”, finalizou.
