A vereadora Edna Sampaio criticou a Executiva estadual pro próprio partido, o PT, pela decisão de desfiliar a pré-candidata Ester Caroline, popularmene conhecida como Tigresa Vip. Ela defendeu a permanência da jovem na sigla e afirmou que é necessário deixar o moralismo de lado.

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Tigresa, que tem mais de 1 milhão de seguidores em seu canal do Youtube e em outros sites especializados em vídeos eróticos, se filiou no início do mês, mas foi barrada dias após reunião com parte do PT, em que confirmou pré-candidatura à Assembleia Legislativa.

Expondo o racha interno, Edna ponderou sobre o respeito devido pelos pré-candidatos ao que diz o estatuto do partido e  a lei eleitoral. Mas argumentou que isso não se aplica à filiação.

“Não somos candidatos. Não confirmamos nossas candidaturas na convenção, estamos nos apresentando para depois confirmar a candidatura no momento correto, conforme mandam a lei e o estatuto. Mas a filiação é outra situação: todas as pessoas trabalhadoras, que lutam pelos direitos, são bem vindas ao PT”, disse ela.

Para ela, o fato de ter havido estranhamento diante da atitude do PT só demonstra o quanto o partido é reconhecido pela sociedade como um partido inclusivo, de defesa das mulheres e da classe trabalhadora. “Causa, realmente, estranheza, este tipo de encaminhamento. Acredito que a não filiação por um argumento meramente burocrático pode ser corrigida perfeitamente e restituído o direito da ‘Tigresa’ de engrossar as fileiras do PT”.

“Não somos moralistas e sabemos que cada um inventa e reinventa os modos de sobreviver em uma sociedade tão desigual. Deixemos o moralismo e a exclusão para quem sempre nos tratou assim. O PT é um espaço democrático. Estamos no partido para lutar para que ele siga sendo a representação da classe trabalhadora, sem discriminação e preconceito. O PT é o partido que defende as mulheres e vai continuar sendo, se depender de nós”, disse ela. 

A vereadora classificou a candidatura de ‘Tigresa’ entre as que fogem do padrão normativo - como a dela própria,  uma mulher negra e de família pobre - e opinou que o número de candidaturas de pessoas de diferentes classes sociais tende a aumentar.

“A classe trabalhadora, que representa diferentes aspectos da organização do trabalho e sobrevive de formas tão diferentes, começa a perceber o quanto a política é importante. E deve acontecer exatamente isso: as pessoas vão começar a procurar espaços, porque já sabem que quem defende a gente somos nós mesmos”, disse.

“Por isso, defendo candidaturas de mulheres, independente do que elas representem ou façam. Quero acreditar e dedicar meu esforço pessoal para que essas pessoas venham para o PT, se candidatem e representem segmentos que hoje não estão representados na política. É disso que estamos precisando para fortalecer a nossa democracia, para termos mais diversidade e representatividade".