Principal suspeito de ter esfaqueado 14 vezes a esposa, Ângela Rocha Pereira, de 22 anos, Abinadab Costa Moraes, de 24, na madrugada desse sábado (23), pode estar tentando deixar o Brasil com ajuda do irmão que mora nos Estados Unidos, de acordo com o delegado Bruno França, responsável pela investigação. Ele já alertou o Consulado Geral dos EUA no Brasil sobre a possível fuga. 

“Enviei um documento para o Consulado Geral dos EUA para que eles possam nos informar se o suspeito fugir para lá e para que as pessoas nos EUA que estão auxiliando um criminoso brutal como esse”. 

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Ângela foi encontrada morta na manhã de domingo (24), por um catador de material reciclável no aterro sanitário de Colniza (a 1.067 km de Cuiabá). O corpo tinha marcas de perfuração e estava parcialmente queimado. Um vídeo feito por vizinhos mostra a jovem desesperada e gritando em uma discussão com o marido na noite anterior, antes de ser morta. 

Ela morava na cidade com Abinadab e as duas filhas, mas apenas uma delas era da relação da vítima com o suspeito. No domingo (24), após matar e abandonar o corpo de Ângela no lixão, o suspeito, que tinha um mercado na cidade, abriu o estabelecimento e trabalhou normalmente. 

“Trabalhou até umas 9h, antes de fugir. Temos informações de que ele foi à uma oficina em uma região chamada Nova Tupã, perto de Brasnorte, a menina [filha do casal] estava chorando de fome. O mecânico falou que ele deu comida para ela”. 

A filha de Ângela do relacionamento anterior está com a avó materna, que tem a guarda da menina desde quando ela e o marido viajaram para os EUA juntos. De acordo com Bruno, a vítima já havia sido agredida outras vezes por Abinadab. 

“Histórico imenso de violência doméstica. Tragédia anunciada. Todo homicídio acaba sendo chocante, o que fiquei mais chocado foi com a frieza [do suspeito]”. 

Em um áudio que começou a circular em grupos de Whatsapp de Colniza, Abinadab descreve a noite do feminicídio e, em seguida, diz ter “feito besteira”. 

Na gravação, o suspeito narra uma discussão com a jovem e afirma que ela teria “dado uns tapas” na cara dele. Abinadab conta que chegou a dizer para Ângela parar pois ela “não sabia o peso da mão de um homem”. 

“Ela foi no mercadinho, quebrou notebook meu de venda, quebrou impressora, tentou quebrar as câmeras.Ficou doida, alucinada. Segurei ela, falei ‘cara, para’. Segurei ela e joguei ela no chão. Ela falou  ‘juro para você que vou parar’. Ela me deu um empurrão, saiu correndo para a área e falou que ia se matar. Bateu a faca nela. Veio com a faca para cima de mim, foi onde acho que fiquei doido. Fiz besteira”, diz o suspeito na gravação. 

Para o delegado, o áudio demonstra o desrespeito que Abinadab tinha pela vítima. A gravação e o vídeo gravado por um vizinho estão em posse da Polícia Civil de Colniza. As buscas pelo suspeito continuam e Bruno pede o apoio da população. 

“Repara o desrespeito com a vítima, alegando que se esfaqueou. O cara fala rindo do caso. Pedimos apoio da população com qualquer informação para realizar a prisão e trazer o mínimo de sentimento de Justiça para a família”.