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Sexta-feira, 26 de julho de 2024

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FANTASMAS NA SAÚDE

Pedreiro, motorista e caseiro foram cadastrados como médicos na Prefeitura de Cuiabá

Foto: Reprodução

Pedreiro, motorista e caseiro foram cadastrados como médicos na Prefeitura de Cuiabá
A investigação da Delegacia Especializada de Combate a Corrupção (Deccor) identificou que um pedreiro, um pintor, um motorista de aplicativo e um caseiro na região do Manso estão entre os seis “funcionários fantasmas” da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Cuiabá.  Na manhã desta terça-feira (3), a Polícia Civil deflagrou a Operação Chacal, para cumprir mandados de busca e apreensão em endereços de servidores da Pasta e das pessoas suspeitas de receberem valores como se estivessem atuando como médicos.


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Os alvos da operação foram cadastrados como funcionários do pronto-socorro, que funciona como unidade referência de atendimento a vítimas da Covid-19. Os investigados no esquema se aproveitaram das contratações diretas ocorridas no período da pandemia para cometer os crimes. 

“Em 2021 recebemos um ofício da Secretaria de Saúde falando que eles tinham detectado que algumas pessoas algumas pessoas estavam com nome em folha de pagamento, contudo, não localizaram os contratos e documentos dessas pessoas”, explicou o delegado Cláudio Álvares Santana, que está a frente do caso.  

A partir desse ofício, a Deccor iniciou diligências investigativas e identificou seis pessoas cadastradas no sistema da SMS, todas na função de médico. “Eles estariam recebendo por isso, mas nenhum deles era formado em medicina ou tinha cadastro no Conselho Regional de Medicina”, acrescentou.

“Hoje temos [identificadas] essas seis pessoas e a próxima etapa da investigação é descobrir os servidores envolvidos. Essas seis pessoas estavam recebendo valores em conta e foram intimidas antes, mas nenhuma delas compareceu na delegacia, para prestar esclarecimentos sobre o porquê o dinheiro estaria sendo pago para elas”, pontuou o delegado.

Durante cumprimento dos mandados, foram apreendidos documentos e aparelhos celulares que servirão para desmantelar o esquema. Os investigadores também deverão ser ouvidos pelo delegado que responsável. 

Ainda conforme o delegado Cláudio Álvares, a quantificação de valores ainda está sendo feita, mas todos os “funcionários fantasmas” estavam recebendo o Prêmio Saúde de aproximadamente R$ 3,5 mil. “Fizemos a busca e apreensão hoje e a partir da análise de documentos, a gente vai responder a todas as dúvidas”, disse.

Além do prejuízo causado ao Município, a Deccor está levantando qual o período que os alvos receberam o dinheiro; se foram beneficiados com Prêmio Saúde e/ou salário de médico; se há mais pessoas envolvidas; e qual papel de cada um no esquema.

A princípio, os suspeitos responderão pelos crimes de peculato, associação criminosa e inserção de dados falsos no sistema.

Sobre a operação, a Prefeitura de Cuiabá afirmou que se mantém à disposição das autoridades na apuração de qualquer irregularidade apontada, mantendo a lisura e a responsabilidade na administração pública.

Por determinação do prefeito Emanuel Pinheiro, a Controladoria Geral do Município (CGM) realiza auditoria nas folhas de pagamento do Executivo.
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