O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) deu um “ultimato” ao pré-candidato ao Senado Federal Neri Geller (PP) e afirmou que se ele e o senador Carlos Fávaro (PSD) não romperem com o governador Mauro Mendes (UNIÃO) até as 18h desta sexta-feira (8), podem esquecer qualquer relação com o prefeito da capital. Segundo Emanuel, Neri e Fávaro pediram a garantia de apoio durante o almoço de quinta-feira (7) e que a primeira-dama Márcia Pinheiro (PV) fosse primeira suplente na chapa de Neri, e afirmaram que romperiam publicamente com Mauro na reunião da noite de quinta. “O que eu vi não foi um rompimento público, foi uma chantagem pública utilizando minha esposa, eles estão extrapolando”, disparou Emanuel nesta manhã.

Leia também:
Alinhado com a esquerda, Neri avisa que romperá com Mauro e base rachará se houver aliança com PL

Na noite de quinta-feira (7), Neri Geller se reuniu com Mauro no Palácio Paiaguás. Mas, ao contrário do que se esperava, ele não anunciou rompimento, e disse apenas que havia acordado com Mauro que se o governador se aliasse ao PL, ele estaria “fora”, caso contrário, poderia continuar tanto com Mauro, quanto com a federação PT, PV e PCdoB, da qual Márcia faz parte.

Visivelmente irritado, Emanuel afirmou que não iria almoçar com Neri e Fávaro, mas que os dois insistiram muito e ele acabou cedendo. “Eles, desesperados, me ligando que tinham que falar comigo antes das 16h porque eles desmarcaram uma reunião com o governador às 10h, porque não tinham falado comigo, e que tinha que ser antes das 16h. Bom, a perturbação foi tão grande, que eu pedi para o Juarez [Samaniego] ir almoçar com o especialista [da Conferência do VLT] e fui para a minha casa encontra-los às 13h”, contou.

No almoço, Neri e Fávaro pediram garantia de apoio do prefeito, e Emanuel respondeu que, caso eles rompessem com Mauro, eles o teriam. “Eles [falaram que] faziam questão, era condição sine qua nom que a Márcia, primeira-dama, fosse primeira suplente. Eu falei, olha, a Márcia é do PV, eu não posso falar pela federação, mas eu falo por mim como prefeito. Conversando falei, se vocês romperem publicamente [com Mauro], vocês terão nosso apoio, e se a federação avalizar, a Márcia será a primeira suplente do Neri Geller. E aí eles falaram, ‘não, na federação já está conversado’. Falei, ‘então está ok’. [Eles] falaram: ‘16h vamos lá e vamos romper publicamente’.

“Quando é comigo, como aconteceu em 2020, não tem problema, eu relevo. Agora, estão envolvendo a minha esposa, a primeira-dama, que não tem porque entrar nessa luta, ela não faz questão de ser candidata, ela quer contribuir. E agora ela vem sendo usada - como a federação também vem sendo usada, mas eu não posso falar pela federação - para servir de chantagem para o governador Mauro Mendes”, disparou o prefeito.

“Acabou. Se Neri Geller e Carlos Fávaro - eles estão me ligando, não vou atender - se eles quiserem meu apoio como prefeito da capital, eles rompam até 18h de hoje publicamente, se não esqueçam da minha vida, que eu vou continuar fazendo política do mesmo jeito. Não tem um minuto a mais. Ou é 18h de hoje e eles se portem como autoridades que são, como senador da República senhor Carlos Fávaro, como deputado federal senhor Neri Geller, candidato a senador, se portem com dignidade que o cargo lhes impõe, e não brinquem com a honra da minha esposa, não brinquem com o espaço que ela ocupou, que nós ocupamos, utilizando a nossa família, a federação como moeda de troca e de chantagem política para ter apoio ou não ter apoio do senhor Mauro Mendes”, finalizou.