Olhar Direto

Domingo, 05 de maio de 2024

Notícias | Meio Ambiente

até dezembro

Produtores terão problemas para regularizar passivos dentro do prazo

Os produtores rurais de Mato Grosso terão sérias dificuldades para cumprir as exigências do decreto 6686, que fixa prazo para regularizar os passivos ambientais.

Os produtores rurais de Mato Grosso terão sérias dificuldades para cumprir as exigências do decreto 6686, que fixa prazo para regularizar os passivos ambientais. O alerta foi feito por  Afrânio Cesar Migliari, secretário adjunto da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), 


 O decreto  altera dispositivos e regulamenta a Lei de Crimes Ambientais, estipula prazo até o dia 11 de dezembro de 2009 para que todas as propriedades rurais do Brasil enquadrem-se à legislação. Em Mato Grosso, estado pertencente à Amazônia Legal, os produtores devem ter 80% de suas terras preservadas, ou 50%, caso o último desmate tenha sido feito até 2000, ano em que houve modificação na legislação ambiental.

O decreto prevê multas diárias, entre 500 e 100 mil reais aos produtores que não estiverem atuando dentro da lei, além da possibilidade de embargo da propriedade, com a novidade de que não mais um percentual ilegal das terras será embargado, mas a propriedade inteira.

A lei é rígida e preocupa os produtores. Porém flexível em certo aspecto, já que mudanças consideráveis vêm acontecendo nos últimos anos na legislação ambiental. Os imbróglios e discussões sobre o assunto são freqüentes. Depois da Medida Provisória 2166, do ano 2000, foram criados muitos passivos ambientais, os quais não foram eliminados até hoje.

Afrânio Cesar Migliari diz que a situação preocupa, pois existe uma dificuldade grande em regularizar todos os passivos até o dia 11 de dezembro, e Mato Grosso será um dos estados mais prejudicados, por ser um grande produtor e estar inserido na Amazônia Legal.

O secretário adjunto aponta Mato Grosso como o estado que está mais à frente na questão de regularização ambiental em todo o Brasil e até no mundo, mas, ainda assim, é preciso tempo, muito além do final deste ano.

Existem três maneiras, atualmente, para regularizar os passivos. Um deles é o processo de desoneração de reserva legal, chamado de compensação de reserva. Neste caso, o produtor que tem um passivo ambiental em sua propriedade, compra uma extensão de terras equivalente em uma Unidade de Conservação no Estado que esteja carecendo de regularização fundiária, doando-a ao governo estadual, que tomará conta da terra. Assim, se o produtor tem, em sua fazenda, 10 mil hectares desmatados a mais que o legal, pode compensar com 10 mil hectares em uma UC.

Uma segunda maneira é fazer essa compensação em qualquer outra propriedade que não na UC, comprando, por exemplo, outra fazenda, para deixá-la intacta. Porém, essa alternativa é financeiramente menos viável que a primeira, além do que o proprietário ficará a cargo de fiscalizar e cuidar das terras “compensadas”.

Outra opção é o reflorestamento dentro da propriedade rural, que só pode eliminar passivos se for feito com árvores nativas, restaurando o bioma.

O Estado já tem um programa que objetiva solucionar tudo isso. É o MT Legal, que quer criar normas estaduais, com apoio do governo federal, para regularizar propriedades, sem penalizar demasiadamente o produtor rural, como explica o secretário adjunto.

O programa ainda não está regulamentado. Para isso, Migliari diz que é necessário ser feito o Zoneamento Sócio Econômico Ecológico (ZSEE), projeto que há anos é discutido e que promete ser votado ainda este ano na Assembleia Legislativa.

Definir e regulamentar o MT Legal sem definição do ZSEE , seria correr o enorme risco de fixar normas que seriam mudadas logo adiante. Já existem muitas provas de que a inconstância da legislação ambiental tem deixado os produtores “de cabelo em pé”. Outro ponto importante citado por Migliari é o Código Florestal Brasileiro, para o qual mudanças também estão sendo discutidas.

Com pelo menos o ZSEE votado o quanto antes, o MT Legal pode ser regulamentado e, neste cenário, Mato Grosso pode ganhar cerca de um ano a mais no prazo para regularizar os passivos, já que terá iniciado o processo de regularização. Caso contrário,a situação dos produtores que estão irregulares vai ficar bem complicada, já em 12 de dezembro deste ano.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet