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Quinta-feira, 25 de julho de 2024

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Todos tiros efetuados por Paccola transfixaram corpo de Japão; fotos mostram furos em camiseta - veja imagens

Foto: Reprodução

Todos tiros efetuados por Paccola transfixaram corpo de Japão; fotos mostram furos em camiseta -  veja imagens
Os três tiros da pistola 9 mm que mataram Alexandre Miyagawa de Barros, conhecido como Japão, 41 anos, transfixaram o corpo da vítima causando hemorragia. Laudo da Perícia Técnica (Politec) detalha todo percurso das balas e mostra ainda os furos causados na camiseta do agente socioeducativo.


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O autor dos disparos é o vereador Marcos Paccola (Republicanos), tenente coronal da Polícia Militar responsável por atirar pelas costas de Japão, durante uma confusão perto de uma distribuidora de bebidas no bairro Quilombo, em Cuiabá.

Alexandre vestia uma camiseta de cor grafite. A peça de roupa estava embebida por sangue com três furos na região escapular esquerda, vertebral superior e escapular direita. Foram identificados também mais três orifícios na manga esquerda. Na parte anterior da roupa, há ainda um orifício à direita da linha mediana da peça.


Perfurações na camiseta da vítima: na região dorsal da camiseta, observa-se três perfurações localizadas na topografia da região escapular esquerda, vertebral superior e escapular direita. Observa-se as setas indicando as perfurações nas vestes.
 

Perfurações na camiseta da vítima: observa-se os orifícios de entrada na região dorsal da vítima- Os círculos pontilhados identificando os orifícios de entrada no dorso.


Em destaque a parte dianteira da camiseta, na manga esquerda: nota-se os trajetos de entrada e saída do projetil descrito.

No documento obtido em primeira mão por Olhar Direto a Politec afirma que um dos projéteis atingiu a dorsal esquerda, perto da axila, entrando da direita e saindo pela esquerda. Esse primeiro tiro não causou grave ferimento. A segunda bala atingiu a coluna torácica, saindo pela região carotidiana esquerda. Este ferimento perfurou uma veia e o lobo do pulmão esquerdo.

Já terceira bala atingiu a dorsal direita e saiu pela região do peito, na parte direita. O tiro atingiu o fígado e o pulmão direito. Os dois últimos tiros foram responsáveis pela morte do agente socioeducativo por conta da hemorragia.  

Depois de matar o agente socioeducativo, Paccola se apresentou espontaneamente na Delegacia de Homicídios e disse ter agido em legitima defesa. Depois de ser ouvido, o vereador acabou sendo liberado.

A versão dada por Paccola, visando justificar a morte, aponta que ele atirou para assegurar proteção à namorada de Myagaya, que supostamente estava sendo ameaçada pelo agente armado.

Busca e apreensão

Nesta semana, a Justiça acolheu parcialmente requerimento efetuado pelos promotores de Justiça que integram o Núcleo de Defesa da Vida do Ministério Público do Estado de Mato Grosso e determinou a apreensão de todos os celulares do vereador Marcos Paccola. Os aparelhos deverão ser periciados. Na mesma decisão, o juiz negou o pedido para prisão preventiva do investigado.

Para fundamentar o pedido de prisão, na representação encaminhada ao Poder Judiciário, os promotores de Justiça destacaram que o vereador é réu em ação penal após ter sido denunciado por envolvimento em organização criminosa que operacionalizou fraude nos registros da Polícia Militar e em certificados de registros de arma de fogo.

Sustentaram ainda a existência de evidências que apontam para a intenção de autopromoção. Os promotores de Justiça enfatizaram que o uso político do episódio encontrou amparo nas manifestações públicas do investigado.

Ainda segundo o MPE, o parlamentar tem atacado a imagem da vítima, “fazendo-a vilã e única responsável por sua morte”. Ministério Público cita ainda que Paccola é pré-candidato ao cargo de deputado estadual, defendendo abertamente a ideia de que “bandido bom é bandido morto”. Assim, o uso político do episódio encontrou amparo nas manifestações públicas do indiciado.

“Além de reforçar a bandeira que defende em torno do uso de armas de fogo, o Representado passou a atacar a imagem da vítima, fazendo-a vilã e única responsável por sua morte. Também passou a encampar campanha autopromocional às custas do evento delituoso, reforçando a tese defensiva de ato de heroísmo dirigido a evitar um suposto feminicídio. Tudo dirigido à sociedade, juiz natural da causa e genuína detentora do poder de julgar os crimes dolosos contra a vida”.

O inquérito tem prazo de conclusão de 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 30. 

Na Câmara de Cuiabá, os vereadores adiaram a votação do afastamento imediato de Paccola. Com isso, a votação só acontecerá após recesso legislativo, no dia 2 de agosto.
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