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Domingo, 05 de maio de 2024

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CCJ do Senado adia pela 3ª vez votação sobre mudanças no Conselho de Ética

No modelo atual, as vagas do Conselho de Ética são distribuídas entre os partidos de acordo com o tamanho das bancadas no Senado. Pelo novo modelo, cada partido terá dois representantes no conselho, um titular e um suplente --dos quais um deles deve ser o seu próprio líder ou nomes indicados por ele.

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado adiou nesta quarta-feira, pela terceira vez consecutiva, a votação do projeto que muda as regras do Conselho de Ética da Casa. Os senadores esvaziaram os trabalhos da comissão, o que impediu a análise do tema um mês depois do Conselho de Ética ter arquivado 11 acusações conta o presidente da instituição, José Sarney (PMDB-AP).


O presidente da CCJ, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), disse que o esvaziamento da sessão foi provocado pela presença do ministro Nelson Jobim (Defesa) em outra comissão do Senado --o que mobilizou os parlamentares. Nos bastidores, alguns senadores reconhecem que a discussão sobre mudanças no Conselho de Ética deixou de ser prioridade para os parlamentares depois que a crise política do Senado perdeu força na Casa.

O parecer do senador Antônio Carlos Magalhães Júnior (DEM-BA), em tramitação na CCJ, permite que todos os partidos tenham representação no conselho e estabelece que apenas parlamentares sem processos pendentes na Justiça podem ser indicados para o colegiado.

No modelo atual, as vagas do Conselho de Ética são distribuídas entre os partidos de acordo com o tamanho das bancadas no Senado. Pelo novo modelo, cada partido terá dois representantes no conselho, um titular e um suplente --dos quais um deles deve ser o seu próprio líder ou nomes indicados por ele.

Nos processos contra Sarney, a oposição criticou o fato da maioria governista no conselho ter permitido o arquivamento de todas as acusações que envolvem o peemedebista. "A medida retira do conselho a influência decisiva das bancadas majoritárias", afirma ACM Júnior.

Na nova estrutura, só poderão ser indicados para o Conselho de Ética do Senado parlamentares que não respondam, em nenhuma instância, processos por crimes contra o patrimônio público, administração e finanças públicas. Os membros do Conselho também não podem ter suas contas de campanhas eleitorais rejeitadas.

O projeto em tramitação na CCJ impede que suplentes de senadores ocupem vagas no colegiado. A exceção vale apenas para suplentes que assumiram os mandatos em consequência da morte do titular. O novo modelo prevê que, em caso de renúncia do membro titular do Conselho de Ética, o suplente deve assumir. As vagas desocupadas devem ser preenchidas, em definitivo, em até 30 dias.

O projeto também determina que o conselho seja instalado até o mês de março no início da primeira e da terceira sessão legislativa. Se o órgão não for instalado dentro desse período, o projeto passa a trancar a pauta de votações da Casa. "Isso diminui a possibilidade de o conselho ser formado em função de um assunto específico, o que poderia influenciar sua composição", afirmou ACM Júnior.

Outra mudança estabelece que recurso ao plenário do conselho em casos de arquivamento sumário das representações contra parlamentares --como ocorreu no caso de Sarney. O relator de cada processo, segundo o novo projeto, também deve ser escolhido por sorteio do qual não poderão participar membros integrantes do partido autor da representação.

Provas

O novo modelo do Conselho de Ética ainda acaba com a obrigatoriedade de apresentação de provas contra o parlamentar na fase inicial de tramitação do caso no colegiado. ACM Júnior argumenta que, pelo processo estar ainda na fase de instrução probatória, ele não pode ser arquivado com a justificativa de que não há provas específicas --que podem ser produzidas no decorrer das investigações.

Nos processos contra Sarney, o presidente do conselho, senador Paulo Duque (PMDB-RJ), determinou o arquivamento das acusações ao argumentar que não havia provas que comprovassem as denúncias contra o peemedebista --apenas aquelas baseadas em notícias de jornais.
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