O mufti do Egito, Ali Gomaa, máxima autoridade religiosa islâmica daquele país, disse que considera "legítimo" que seus fiéis cancelem a peregrinação a Meca, na Arábia Saudita, por causa do risco de que a gripe suína --como é chamada a gripe A (H1N1)-- se espalhe pelo país. A informação é do jornal egípcio Al Masri al Youm".

Segundo o jornal, Gomaa disse que, "se a gripe se espalhar muito, será proibida a entrada e a saída de qualquer pessoa infectada no país". O mufti ressaltou ao jornal egípcio que o país já cancelou essa peregrinação menor realizada durante o Ramadã (o mês sagrado islâmico) em 30 ocasiões desde que acolheu o Islã, há 14 séculos, devido a epidemias ou a perigos das estradas que levam à Arábia Saudita.

Com a declaração, o mufti corrobora ordem do governo de proibir a venda de passagens de avião para a pequena peregrinação e de limitar a idade dos peregrinos que seguirão por vias terrestres ou fluviais a uma faixa que vai dos 25 anos aos 64 anos.

Essa peregrinação menor que está sendo desaconselhada, chamada de Omra, é diferente do Haj --viagem a Meca que é um dos cinco pilares do Islã e que todo muçulmano deve fazer, se tiver condições financeiras. A Umra pode ser feita em qualquer momento do ano, mas os fiéis costumam fazê-la no Ramadã, que neste ano terminará no dia 20 próximo.

Segundo os cálculos da indústria do turismo saudita, a recomendação do Egito para que os muçulmanos adiem as peregrinações ou a façam dentro de um limite etário deverá diminuir em 150 mil o número de turistas.

Sintomas

A gripe suína é uma doença respiratória causada pelo vírus influenza A, chamado de H1N1. Ele é transmitido de pessoa para pessoa e tem sintomas semelhantes aos da gripe comum, com febre superior a 38ºC, tosse, dor de cabeça intensa, dores musculares e nas articulações, irritação dos olhos e fluxo nasal.

Para diagnosticar a infecção, uma amostra respiratória precisa ser coletada nos quatro ou cinco primeiros dias da doença, quando a pessoa infectada espalha o vírus, e examinada em laboratório.