Apesar de ter uma das maiores bancadas do Congresso Federal, o PL de Jair Bolsonaro não tem muito dinheiro. A afirmação é do deputado estadual Gilberto Cattani (PL), que disse que o fundo eleitoral é insuficiente para todas as campanhas, e reiterou pedidos de doações para a campanha de reeleição do presidente. Atualmente o PL tem R$ 288,5 milhões de fundo eleitoral, e já enviou R$ 10 milhões para a campanha do presidente. Para fazer uma comparação, o ex-presidente Lula recebeu mais de R$ 66 milhões do PT.
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Segundo Cattani, há dois pontos a serem levados em conta: a campanha de Bolsonaro, este ano, ficou mais cara, e o partido ganhou muitos candidatos, mas não tem dinheiro na mesma proporção. O custo da campanha de Bolsonaro, segundo ele, se deve principalmente às exigências para viagens de um presidente da República, que deve sempre ser acompanhado de seu aparato presidencial.
Já em relação ao fundo eleitoral, o parlamentar explicou que, apesar de muitos parlamentares terem ido para o PL, o fundo fica com o partido que eles estavam quando foram eleitos na última legislatura. “Então ele [o PL] já tinha um número de parlamentares, e esses parlamentares tinham o fundo, mas era pouco. Agora ficou três vezes mais parlamentares com o mesmo fundo [de antes]. Tem que rachar entre todos. Ou seja, o fundo, por mais que seja grande, não deu para todos”.
Além dos parlamentares, o fundo eleitoral ainda deve ser distribuído para candidatos do PL às majoritárias (Governo e Senado) e para o presidente. “Obviamente se necessita de recurso sim. Se alguém puder nos ajudar, nós precisamos de recursos, precisamos que as pessoas doem, precisamos ser apoiados pela população com dinheiro lícito para a gente poder gastar em campanha, do que usar do próprio fundão”, pediu o deputado.
Recentemente, o candidato a deputado federal Abilio Junior (PL) reclamou, na imprensa, sobre o fato de o PL enviar mais dinheiro aos candidatos que estão na gestão e tentam se reeleger – José Medeiros e Nelson Barbudo – do que aos outros postulantes. Para Cattani, a crise é normal. “Isso aí sempre tem. Até em casa, ne? Quando o dinheiro tá curto o marido e a mulher brigam. É normal”, brincou.
Alguns produtores rurais de Mato Grosso já realizaram suas doações para a campanha do presidente. Segundo Cattani, a vinda do candidato a vice-presidente Braga Netto (PL) para Sinop e Sorriso no último dia 30 foi “oportuna” para valorizar o setor, que tem sido “atacado por todos os lados. “Ele veio justamente para se encontrar com o setor do agronegócio e nos fortalecer numa futura reeleição que acreditamos, do presidente Bolsonaro e do general Braga Netto, o agronegócio continuará sendo essa máquina, o contrário disso seria um desastre para todos, não somente para nós”, argumentou Cattani.
