A defesa do guarda noturno Diogo Pereira Fortes, de 33 anos, suspeito do atropelamento do estudante de medicina veterinária Frederico Albuquerque Siqueira Correa da Costa, de 21, explicou que Diogo estava como passageiro do Honda City que atropelou o jovem e não parou na distribuidora por medo de ser linchada. 

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O guarda noturno se apresentou na Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (Deletran), nesta segunda-feira (5), e negou que estava dirigindo o carro. De acordo com a versão de Diogo, uma amiga identificada apenas como Daniele, de 24 anos, estava conduzindo o Hond City.

O atropelamento aconteceu na madrugada da última sexta-feira (2), em frente a uma distribuidora na avenida Beira Rio, em Cuiabá, onde Frederico estava com amigos. No momento do acidente, o guarda noturno teria perguntado para amiga o que havia acontecido, mas ela teria afirmado que havia batido em outro veículo. 

"Ele sentiu [o impacto do atropelamento], ele viu, contudo ela afirmou que tinha batido em um veículo. Essa foi a conversa que eles tiveram no trajeto. Com receio de parar às 1h30, em uma distribuidora que tinha muita gente, levou ela para casa e fez ligações para o Ciosp. Houve interesse em saber se foi algo ou alguém, contudo na hora da batida não foi possível identificar". 

Após deixar Daniele em casa e retornar para o trabalho, por volta de 2h, Diogo percebeu que o carro estava muito danificado. Foi quando ele teria feito cerca de 12 ligações para o  Ciosp, de acordo com Jonatas, para saber se o carro estava envolvido em alguma ocorrência. 

"O dono confirmou, chegou a ir por conta de desencargo de consciencia. Não parou porque tinha muita gente, receio de ser linchado. Fez as ligações para o Ciosp no outro dia de amanhã". 

Na manhã de sexta-feira (2), Diogo foi até a distribuidora e perguntou para o dono do estabelecimento se havia acontecido algum acidente durante a madrugada. De acordo com a defesa, foi apenas neste momento que o guarda noturno descobriu que o universitário havia sido atropelado. 

"Entregou o serviço [às 6h da sexta-feira], foi até o lugar e fez o questionamento. O dono confirmou. Chegou a ir por conta de desencargo de consciencia". 

Amiga vai se apresentar na Deletran

A defesa de Diogo informou que Daniele deve se apresentar na tarde de quinta-feira (8), na Deletran. Jonatas explicou que os dois se conheciam há um mês e tinham amigos em comum. No entanto, o guarda noturno e a suspeita do atropelamento não mantinham relação amorosa. 

A jovem trocou de advogado e era representada pelo mesmo profissional que integra a defesa de Diogo. 

"Houve uma troca de defesa, ela se sentiu mais confortável em trocar de advogado, até mesmo para não configurar combinado entre as teses defensivas. Se sentiu mais confortável em vir acompanhada por outro advogado, que não vai destoar da nossa fala, nós viemos trazer a verdade".

A placa do Honda City foi encontrada no bairro Dom Aquino, na Capital. Conforme o delegado José Carlos Damian, responsável pelo inquérito, a jovem mora na região. O advogado de Diogo afirmou que não acredita que ela seja presa preventivamente. 

O caso 

Conforme as informações do boletim de ocorrência da Polícia Judiciária Civil, a vítima estava na rua, ao lado de um veículo estacionado, quando foi atingida por Honda City que passou pela avenida.

O motorista fugiu sem prestar socorro e o crime foi registrado por câmeras de segurança da distribuidora de bebidas onde o rapaz estava segundos antes. 

Frederico estava no sexto semestre do curso de medicina veterinária da Universidade de Cuiabá (Unic). O velório aconteceu na tarde de sexta-feira e o enterro na manhã de sábado (3).