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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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ELEITOR RAIZ

“Eu me vejo nele”, explica bolsonarista de Rondonópolis que acompanha carreira do presidente desde 2016

Foto: Reprodução/Acervo pessoal

“Eu me vejo nele”, explica bolsonarista de Rondonópolis que acompanha carreira do presidente desde 2016
Fenômeno de votos nas eleições de 2018, o presidente Jair Bolsonaro (PL) reúne entre seus eleitores aqueles que veem nele a personificação de sua rejeição, ideológica ou circunstancial, ao PT e à esquerda de um modo geral. Mas há uma parcela significativa de um perfil típico que se identifica e assemelha suas convicções pessoais àquilo que prega o mandatário - o que torna a adesão a Bolsonaro ainda mais forte. 


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E por que o eleitor de Bolsonaro é tão fiel? Este é o enigma que a maioria dos estrategistas de campanhas eleitorais tenta desvendar. Olhar Direto conversou com eleitores do presidente para buscar saber as razões de tamanho engajamento por parte de seus militantes.

“Eu me vejo nele”, explica prontamente o rondonopolitano Valdecy Sementino, 50 anos, cuja história se cruzou com Bolsonaro ainda em 2016, quando o político era deputado federal, considerado de baixo clero, e começava a chamar a atenção do restante País.

Valdecy, ou Decy como é chamado por sua família e amigos, ouviu Bolsonaro discursar pela primeira vez naquele ano, durante passagem do então parlamentar por Mato Grosso. Na época, o deputado federal era filiado ao PSC e veio para o Estado para participar de atos do partido em Cuiabá e Rondonópolis.

Reportagens daquela data mostram que o sentimento por Bolsonaro já dividia opiniões. Em 2014, o deputado ganhou manchetes dos principais jornais ao afirmar, na Câmara e em entrevistas, que a deputada Maria do Rosário (PT-RS) não merecia ser estuprada porque ele a considerava "muito feia" e porque ela "não faz" seu "tipo". Ao chegar em Mato Grosso, foi recebido por manifestantes pró e contra.

“Soube dele, primeiro, por conta daquela situação da Maria do Rosário. Depois tive a oportunidade de ir a um encontro, em 2016, em que ele veio para Rondonópolis. Conversei com ele, ouvi o discurso, e me identifiquei, me enxerguei nos valores que ele defende: da família, do combate a corrupção”, justifica Valdecy.

A despeito de os adversários o acusarem de ser autoritário, defensor da violência, racista, homofóbico, machista, fascista, entre outros termos pejorativos, o mato-grossense defende. “Ele tem um jeito meio grosseiro, um linguajar que incomoda muitas pessoas, mas na essência é uma boa pessoa, tudo que faz é pelo bem. E eu sou assim também. E se você vier para o interior, conversar com qualquer bolsonarista, vai ver que é o nosso jeito de falar, xucro, tem gente que não compreende”.



A semelhança, segundo Valdecy, impressiona até mesmo sua esposa. “Às vezes eu me empolgo, em conversas ou quando estamos na igreja, e ela me diz: segura a onda, você não é o presidente”, conta aos risos.

De 2016 para cá, a admiração só cresceu. Valdecy foi a Brasília participar da posse do presidente, em 2018, e é presença garantida em todos os atos e manifestações a favor de Bolsonaro aqui no Estado.

Dedicou, inclusive, o dia mais especial do ano para ele para homenagear o ídolo. Mandou fazer copos, camisetas, bolo e até um tênis personalizados. “Faço aniversário no dia 30 de junho. No ano passado, por causa da Covid, não pude chamar outras pessoas, mas fiz uma pequena festa com o tema ‘Bolsonaro’. Esse ano, reuni algumas pessoas e repeti a ideia”.



Ele conta, ainda, que por sua influência o irmão mais velho e até mesmo seu pai, segundo ele eleitores históricos do PT, mudaram de voto. “Tenho oito irmãos, o mais velho e meu pai eram petistas roxos, não sobrou nenhum. Hoje todo mundo aqui é Bolsonaro. Na minha rua, sobrou uma vizinha que acho que não consegui mudar de ideia ainda, mas praticamente não conheço mais pessoas que não apoiem o presidente”, afirma.

Descrente nas pesquisas que indicam possível derrota de Bolsonaro para Lula (PT), Valdecy aposta na reeleição do presidente no 1º turno. Questionado pela reportagem se consegue vislumbrar um cenário diferente, ele é enfático: “não vejo essa possibilidade”.

No entanto, adianta que “já estou me aposentando, meus filhos estão criados, se acontecer essa infelicidade de o Lula voltar, já estou conversando aqui em casa que não pretendo continuar no Brasil. Penso em me mudar para os Estados Unidos, talvez. Tenho muito amor pela minha terra, quero ver meus netos nascendo e crescendo aqui, mas não quero que eles vivam em um País comandado pelo PT”.


 
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