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Sexta-feira, 03 de maio de 2024

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DR SLHESSARENKO EXPLICA

Duas mortes em Cuiabá por eventos cardíacos durante a prática de tênis acende alerta quanto aos cuidados do coração

Foto: Reprodução / Ilustração

Duas mortes em Cuiabá por eventos cardíacos durante a prática de tênis acende alerta quanto aos cuidados do coração
José Celso Dorileo Leite faleceu aos 64 anos, no dia 2 de maio, quando sofreu infrato durante uma aula de tênis. Ygor Quintela faleceu aos 42, enquanto jogava tênis na quadra do Tênis Clube Cuiabá, no dia 12 de setembro, quando não resistiu a uma parada cardíaca. Com quatro meses de intervalo, os dois óbitos acenderam alerta quanto aos cuidados que devem ser tomados com o coração de forma preventiva à prática esportiva, especialmente de alta intensidade. O Olhar Direto conversou com o Cardiologista Intervencionista, Doutor Juliano Slhessarenko, que deu um panorama sobre cautelas e atenções que devem ser adotadas antes, durante e depois do exercício no esporte.


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Conforme Slhessarenko, a parada cardiorrespiratória pode acontecer a qualquer momento, mas as causas mais comuns incluem “doenças cardíacas, insuficiência respiratória e choque elétrico. Além disso, outras causas incluem: choque hipovolêmico, envenenamento, acidente vascular cerebral e afogamento”.

Ele explicou que a parada é um evento definido como a interrupção da atividade mecânica do coração e da atividade respiratória. Com a parada da atividade mecânica do coração, os sinais de circulação também param. “Esse evento é grave e pode levar à morte, sendo fundamental, portanto, garantir rapidamente a retomada da circulação e oxigenação”.
 
Interrupção súbita dos batimentos cardíacos, dos movimentos respiratórios e perda da consciência são características que indiciam a presença da parada cardiorrespiratória. Esses eventos, segundo Juliano, são responsáveis por impedir que os tecidos recebam oxigênio e os nutrientes adequados para seu funcionamento.
“Caso a condição não seja revertida de maneira rápida, pode ocorrer danos nos tecidos. É importante salientar que o cérebro sofre sérios danos se ficar mais de cinco minutos sem oxigênio, sendo observado o surgimento de lesões irreversíveis”.
 
Juliano explicou que, conforme estimativas, existem mais de 14 milhões de cardiopatas no país. São pessoas que convivem com doenças cardíacas e, com o aumento da expectativa de vida da população, a previsão é que esse número cresça “acarretando ainda mais danos pessoais, sociais e econômicos”.
 
“Uma crença foi construída e ganhou força ao longo de décadas fazendo muitos acreditarem que o esforço excessivo seria o causador de problemas no coração. A partir desse conceito errôneo, aconselhava-se que os pacientes com doenças cardíacas deveriam repousar para recuperar suas forças. No entanto, os estudos mais recentes apontam justamente o contrário, e a reabilitação cardíaca hoje é uma realidade”, acrescentou.
 
Slhessarenko ressaltou sobre a importância da avaliação médica, especialmente de cardiologista, antes de começar as atividades físicas. Ainda mais porque algumas situações podem restringir a prática esportiva, como por exemplo arritmias e alterações nas válvulas cardíacas.
 
“Ser cardiopata não é sinônimo de ter baixo condicionamento físico para sempre: é possível, saudável e recomendável praticar atividade física de maior intensidade e recuperar a qualidade de vida. Contudo, a supervisão e o acompanhamento qualificados são imperativos para a segurança do processo”, explicou.

A máxima na medicina que dá conta sobre as contribuições que as atividades físicas têm para evitar doenças cardiovasculares, mesmo que de forma amadora, tem um contraponto. Apesar da prática esportiva propiciar benesses aos entusiastas, como controle da pressão arterial, diminuição das taxas elevadas de diabetes, colesterol e outras vantagens, há certos perigos que Juliano elencou.

“Se uma pessoa com problemas cardíacos iniciar uma atividade física sem uma supervisão profissional adequada, o treino pode ser perigoso. Não é por menos que muitas academias e clubes exigem exames de prevenção cardiológica antes da matrícula do aluno”.

“Um histórico de doenças cardiovasculares requer uma atenção diferenciada por parte do treinador e do próprio atleta. Algumas vezes, dependendo do diagnóstico, as atividades físicas são banidas temporariamente da vida de uma pessoa”, acrescentou.

Sintomas como dor apertada sobre o peito, insuficiência respiratória, tontura e fortes palpitações são alertas que acompanham o paciente que sofre de problemas cardíacos. “Independentemente da idade, devem se atentar a uma série de sinais [...] Portanto, todo cuidado se faz necessário”.

 Grande inimiga dos atletas profissionais e amadores, a hipertensão também pode ser um fator agudo à essas problemáticas durante a prática esportiva. Conforme Juliano, aqueles que sofrem com a condição deve sempre aferir a pressão antes da prática.

“Em casos extremos, essa elevação poderá configurar em uma série de contratempos mais graves, como infarto e até mesmo um acidente vascular cerebral (AVC) [...] Não é por menos que a prevenção cardiológica se faz necessária para todas as pessoas. Sobretudo para quem pratica esportes com regularidade”, asseverou.
 
Sobre as principais causas de parada cardíaca ou infarto, especialmente após os 30 anos de idade é a doença arteriosclerótica ou obstrução dos vasos sanguíneos por placas de gordura. Nesse sentido, os cuidados devem ser redobrados para “o acompanhamento dos níveis de colesterol, controle da pressão e glicose e exames cardiológicos regulares. Para verificar risco de infarto”.
 
Caso ocorra um evento de parada cardiorrespiratória durante a prática de determinado esporte, a primeira coisa a ser feita é chamar o SAMU. Enquanto aguarda o socorro, checar os sinais vitais como pulso e pressão, glicemia e, se houver sinais de parada, “pode ser iniciado manobras de ressuscitação e achar se houver um desfibrilador automático”.
 
Juliano ainda alertou sobre o consumo de drogas ilícitas, especialmente aquelas que estimulam a produção de catecolaminas ou que simulam as catecolaminas no organismo, podendo trazer diversos problemas cardíacos. A exemplo do álcool que, em excesso, amplifica os fatores de risco que podem causar alterações no coração.
“Outras substâncias que pode causar problemas são o uso de hormônios injetável ou via oral que podem levar a arritmias malignas e infarto. E devem ser avaliados pelo cardiologista”.

Ele, por fim, indiciou a ingestão de alimentos saudáveis como peixes, frutas, legumes e pouca fritura. Além disso, realizar atividades físicas diariamente de intensidade moderada como caminhadas com média de 9 a 12 quilômetros por semana. “. Parar de fumar. Diminuir o peso. Controlar a pressão e glicose. Tudo sob orientação com seu cardiologista”, finalizou.
 
José Celso Dorileo Leite

Morreu aos 64 anos o ex-secretário-controlador geral do Estado José Celso Dorileo Leite, atual presidente da Associação dos Auditores do Estado (Assae). Ele sofreu um infarto durante uma aula de tênis. O auditor era servidor de carreira do governo estadual e ocupou o cargo de secretário durante o governo Pedro Taques.

O ex-secretário passou mal durante uma aula realizada na  Academia Tennis Company, em Cuiabá. Ele foi atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) ainda dentro do clube. Os socorristas do SAMU permaneceram no local por cerca de meia hora tentando reanimá-lo, mas ele não resistiu.

Na Controladoria Geral do Estado (CGE), Dorileo ocupou a Superintendência de Obras. O ex-secretário era engenheiro civil e também se graduou em Direito. Tinha pós-graduações em auditoria governamental, direito do trabalho, direito processual civil, direito civil, direito ambiental, direito tributário e construção de rodovias.
 
Ygor Quintela
 
Um dos fundadores da Cervejaria Louvada, Ygor Quintela, faleceu enquanto jogava tênis na quadra do Cuiabá Tenis Clube. Segundo informações, ele teria sofrido uma parada cardíaca e não resistiu.
 
Ygor chegou a ser atendido pelos profissionais de saúde dentro da quadra, mas a equipe não conseguiu reanimá-lo.

Ygor já não fazia mais parte do quadro societário da cervejaria, desde 2019, que criou ao lado de Gregório Ballaroti. Os dois amigos, moradores de Cuiabá, deram o início ao sonho de investir em uma cerveja no ano de 2014. 
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