O senador Carlos Fávaro (PSD) disse que a solução apresentada pelo governador Mauro Mendes (União) para a ‘estadualização da BR-163’ é o ‘maior atestado de incompetência de Jair Bolsonaro (PL) em Mato Grosso’. O senador, que também é coordenador da campanha mato-grossense de Lula (PT), argumentou que o Estado precisará carregar nas costas uma responsabilidade do Governo Federal. As declarações foram dadas durante encontro da militância no Hotel Deville, na noite de segunda-feira (10).

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De acordo com Fávaro, Mauro Mendes puxou essa responsabilidade no ‘peito’ porque Bolsonaro não olhou para Mato Grosso. “Essa é a maior prova que Bolsonaro não se importou com Mato Grosso e com o Brasil. Por isso ele vai perder essas eleições”, pontuou.

O senador enalteceu a iniciativa de Mendes, mas não deixou de lembrar que o Estado passou a gestão de Bolsonaro ‘a ver navios’. “O governador Mauro Mendes dizia abertamente dentro do grupo de parlamentares federais para que a gente apontasse uma obra de Bolsonaro em Mato Grosso. E é fato, eu concordo com ele, não tem. Não tem. E ele precisa assumir obras que era de função do Governo Federal. Esse é o maior descrédito, o maior recibo do descrédito do governo Bolsonaro e de desrespeito ao povo mato-grossense”, disparou.

Por fim, Fávaro disse que após a possível eleição de Lula, no segundo turno, as lideranças irão se sentar e conversar com os gestores de Mato Grosso. “Está tudo bem entre nós, está tudo tranquilo e eu desejo ao Mauro muito sucesso no segundo mandato. Que ele continue cuidando e focado em cuidar do povo mato-grossense. Após as eleições e a vitória do presidente Lula, nós conversaremos”, concluiu.

A 'solição de Mauro'

O Governo do Estado de Mato Grosso apresentou ao Tribunal de Contas da União (TCU) uma saída para resolver o problema da concessão da BR-163. A ‘estadualização’ foi aprovada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Em Mato Grosso, desde 2014, trecho de 800 km da BR-163 estão sob responsabilidade da Concessionária Rota do Oeste, que se comprometeu a duplicar mais de 450 km de asfalto no Estado. Entretanto, apenas 120 km de duplicação foram executados. O não cumprimento do contrato passou a ser apontado como a principal causa de mortes registradas na rodovia.

Em 2021, a Rota do Oeste concordou com a devolução amigável da concessão, após a intensificação das cobranças quanto a uma solução. Contudo, conforme a ANTT, o processo de uma nova licitação poderia levar até três anos, e resultaria em um aumento no preço da tarifa de pedágio.