O deputado federal eleito Coronel Assis (UNIÃO), ex-comandante da Polícia Militar de Mato Grosso, afirmou que é uma “falácia” que o Brasil voltou ao mapa da fome. O dado rebatido por Assis é da Organização das Nações Unidas (ONU), que considera que um país entra no Mapa da Fome quando mais de 2,5% da população enfrenta falta crônica de alimentos. No Brasil, a fome crônica atingiu agora 4,1% e, pelo levantamento, a situação no país é mais grave do que a média global.

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“Eu entendo que essa é mais uma falácia inventada pelo pessoal que quer voltar ao poder”, afirmou Assis em entrevista à CBN Cuiabá na manhã desta terça-feira (11). “A gente vê que no estado de Mato Grosso, por exemplo, faltam pessoas para trabalhar. Agora mesmo eu estava conversando com o prefeito de Primavera do Leste [Leonardo Bortolin], e quando eu fui lá há alguns meses, ainda comandante-geral, abriu-se uma empresa lá e não se tinham pessoas para trabalhar, saíram correndo a outras cidades para que achasse pessoas para trabalhar. Falta mão de obra no estado, sobra emprego aqui”, exemplificou o ex-comandante.

“Para você ter uma ideia, no governo do pessoal que quer voltar tínhamos 14 milhões de desempregados. Hoje temos 8 milhões. Isso é considerável, lógico que não tem como ter zero milhões de desempregados, isso é impossível em qualquer país do mundo, mas a gente tem que ter um parâmetro para comparar. Então mais uma vez estamos nos deparando com a luta, até falava na minha campanha que parece que é uma luta do bem contra o mal”, completou.

Na realidade, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no final de junho de 2022 havia 10,1 milhões de pessoas desempregadas no Brasil, uma queda em relação a meses anteriores. No entanto, a taxa de informalidade chega a 40% da população ocupada.

Assis afirma que a fome existe no Brasil, mas ‘não é bem assim’. “Não entendo que o Brasil voltou para o mapa da fome, não é bem isso. Nós temos emprego, temos muita coisa ainda para estar contraponto isso aí. Então calma, muita calma nessa hora. É mais uma falácia de se falar, de se potencializar uma coisa em detrimento de outro”, concluiu.

Em Mato Grosso, dados do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil divulgados pela Folha de São Paulo mostraram que 36,76% das pessoas vivem em segurança alimentar e 63,23% em insegurança alimentar (sendo 17,72% em insegurança alimentar grave, 14,44% em IA moderada e 31,07% em IA leve).

Ainda segundo a Folha, Insegurança alimentar (IA) leve é quando há redução na qualidade dos alimentos por preocupação de que falte alimento em quantidade adequada; IA moderada, quando a qualidade já está comprometida e a quantidade já não é suficiente para todos no domicílio; e IA grave, quando falta alimento para todos no domicílio, que passam a conviver com a fome.