A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que Mato Grosso é o terceiro estado com mais manifestações dos apoiadores do presidente derrotado Jair Bolsonaro (PL), que não aceitam a vitória de Luís Inácio Lula da Silva (PT), nas eleições de 2022. Em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (01), em Brasília, os representantes da Instituição afirmam que já foram realizadas prisões (sem mencionar quantas) e aplicadas 132 multas até a meia-noite.
Leia também:
Mato Grosso tem 24 pontos de protestos na manhã desta terça-feira; veja trechos
Em Mato Grosso são 24 trechos bloqueados, incluindo as principais rotas de escoamento de grãos. Em Sorriso (420 km de Cuiabá), conhecida como Capital do Agronegócio, há dois pontos de interdição na BR-163. No km 713 em Primaverinha, somente ambulâncias e veículos com carga viva e perecíveis podem passar. No km 746, os manifestantes permitem somente passagem de ambulâncias.
Conforme a PRF, os grandes corredores serão os primeiros a receber intervenção policial para impedir desabastecimento nos supermercados, por exemplo. O foco também e garantir manutenção da economia, direito de ir e vir das pessoas, além do escoamento de mercadorias e pessoas.
No Brasil, são 267 pontos identificados pela PRF entre manifestações, concentrações e bloqueios. A maior quantidade de atos está em Santa Catarina, seguido por Pará.
A PRF garante que desde o começo dos atos antidemocráticos mobilizou o efetivo para atuação nas manifestações. Folgas foram suspendidas e os agentes da área administrativa foram convocados para auxiliar
in loco.
Por se tratar de uma operação complexa, com grande efetivo e aparato logístico, a PRF solicitou reforço da Polícia Federal, Força Nacional, Polícia Militar e Civil para “reestabelecer a ordem” o quanto antes, além de garantir direito de ir e vir dos viajantes e caminhoneiros.
Houve aumento em 400% do efetivo da PRF e os estados com mais bloqueios terão auxílio de mais policiais. Os representantes da PRF também afirmam que não foram passivos diante dos bloqueios nas rodovias e que antes do dia 30, quando houve a votação do segundo turno, a inteligência já trabalhava com essa possibilidade. Porém, não imaginava que o número de manifestações fosse aumentar rapidamente.
“Em momento algum a PRF foi passiva, pelo contrário, sempre buscou a resolução dos problemas no primeiro instante”, disse o diretor-executivo da PRF, Marco Antônio Territo, na coletiva de imprensa.
Além da determinação judicial de multa de R$ 100 mil a contar a partir de meia-noite do dia 1º de novembro, caso os manifestantes não desobstruam as vias ocupadas ilegalmente, os bolsonaristas poderão ser multados em mais de R$ 5 mil por desobstrução e em R$ 17 mil por organização e apoio logístico.
As autuações estão previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Os agentes irão tirar fotos das placas dos veículos usados para bloquear o tráfego e posterior aplicação das multas.
A operação das forças de segurança visa debelar os manifestantes que bloqueiam rodovias e garantir que eles não retornem.
Os manifestantes aguardam posicionamento de Bolsonaro para cessar manifestações. O presidente derrotado não se manifestou sobre o resultado cravado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) às 18h57 (horário de Cuiabá) de domingo (30).
A PRF-MT emitiu nota sobre os bloqueios. Veja abaixo:
.jpeg "Manifestação na Capital do Agro, em MT.")
