A influenciadora digital da cidade de Confresa (1.160 km a nordeste de Cuiabá), Aracelli Vasconcelos, publicou uma sequência de vídeos em seu Instagram pedindo desculpas aos indígenas da Aldeia Urubu Branco, pertencentes ao povo Apyãwa-Tapirapé. Ela foi alvo de nota de repúdio divulgada pelo cacique Elber Ware'i Tapirapé, após debochar e desmerecer da escolha da tribo em votar no presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na gravação, ela se retrata por tê-los chamados de "índios", mas diz que está com a "consciência tranquila" em relação ao posicionamento político pois o fez com o intuito de "informar".
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"Por que essa coisa toda de índio ou indígena? Vou explicar porque eu fui dar uma lida, pesquisei (...) Se torna ofensivo porque durante todos esses anos esse termo foi usado para denominar pessoas primitivas. Não é correto mais falar índio, ta gente? É insulto!", disse a influencer, em trechos da retratação.
Aracelli continua o vídeo pedindo desculpas sobre o uso do termo, mas na sequência diz estar com a consciência tranquila em relação à acusação de incitação ao ódio e a violência apontados pelo cacique na nota de repúdio. "Infelizmente eu não sou responsável pelo que vocês entendem e eu estou com minha consciência tranquila. (...) Foi totalmente distorcida, eu não incitei ódio em momento algum. Mas, mesmo assim, quem me conhece sabe que sou totalmente contra violência e desrespeito contra o que for. Pensando da seguinte forma: não sei onde vai a dor do outro. Então, se eu ofendi os indigenas foi com cunho informativo", acrescentou.
Nas redes sociais, após a apuração dos votos da eleição do último domingo, Aracelli expôs que os indígenas da Aldeia Urubu Branco foram os únicos que votaram no candidato petista no município de Confresa.
A fala de Aracelli causou revolta entre os indígenas que se sentiram ofendidos diante da exposição invasiva e preconceituosa da influenciadora. O cacique Elber Ware'i Tapirapé divulgou nota após o incidente justificando que seu povo se organizou para decidir juntos em quem votar, tendo em vista quem entre os dois candidatos à Presidência poderia melhor representá-los. Na nota, o cacique diz para Aracelli "dar um Google" em falas do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) em relação aos povos originários se quiser entender o porquê do apoio massivo de sua aldeia a Lula. Por fim, ele frisa que os indigenas assim como toda a população do País têm o direito de escolher democraticamente em quem votar.
Além da influenciadora, políticos como o deputado estadual Faissal Calil (Cidadania) também gravaram vídeos levantando a hipótese de fraude nas urnas do município por conta dos votos destinados a Lula em Confresa.
Confira abaixo a retratação:
.jpg "Influencer pede desculpas a indígenas após incitação odiosa por votação de aldeia de MT em Lula")
