O senador Carlos Fávaro (PSD), que integra a equipe de transição do Governo Lula-Alckmin, reforçou o compromisso feito durante a campanha em relação à politica armamentista para o homem do campo. O mato-grossense ponderou, no entanto, que os decretos editados pelo atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), serão revistos no sentido de limitar a quantidade de armas de fogo nas mãos da população civil.

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Em entrevista ao programa Em Ponto, da Globo News, na última sexta-feira (11), Fávaro foi questionado se a pauta armamentista estava travando o diálogo entre o próximo Governo e o agronegócio – setor majoritariamente bolsonarista, principalmente na questão ideológica. Ele negou.

“Nós precisamos focar no agro que dê resultados, que busque produzir alimento com sustentabilidade. Essa questão do armamento o presidente Lula já deixou muito claro que não vai tirar o direito de o homem do campo ter uma ou duas armas para se defender. Isso não afeta a relação com o agronegócio”, defendeu.

O senador criticou, no entanto, a possibilidade que atualmente um Colecionador, Atirador e Caçador (CAC) tem para adquirir armas de fogo. Hoje em dia, por exemplo, um CAC tem autorização para ter 60 armas, sendo 30 de calibre permitido e 30 de calibre restrito. Com a queda dos decretos, o número total seria de no máximo 16, dependendo do nível de experiência do CAC.

O número de brasileiros com registro de CAC aumentou 472,6% nos últimos quatro anos, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

“Nós temos que separar o que é ter uma ou duas armas e ter um verdadeiro arsenal em casa, estar preparado pra iniciar uma revolução armada. Isso não é cabível. Esse descontrole na aquisição de armas alimenta o crime. Não é o cidadão de bem que está se armando, são os criminosos, os milicianos, e nisso sim será colocado um freio”, pontuou.