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Terça-feira, 23 de julho de 2024

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alunos passaram mal

"Estamos cada vez mais expostos a contaminação por agrotóxico", alerta pesquisadora após caso em escola

Foto: Reprodução

Pesquisadora do Núcleo de Estudos Ambientais e Saúde do Trabalhador (Neast) da UFMT, Márcia Montanari, a população está cada vez mais exposta a risco de contaminação química e por agrotóxicos, até mesmo nos centros urbanos. Para a pesquisadora, casos como a intoxicação por agrotóxico aplicado em uma lavoura ao lado da Escola Municipal de Ensino Básico Silvana, em Sinop (a 513 km de Cuiabá), são minimizados pelo Poder Público.


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“Conforme a velocidade do vento, temperatura e características do uso destes produtos, a deriva dos componentes pode chegar até 10, 15 km de distância. Temos registros de resíduos a até 30 km de distância do local de onde foi pulverizado. O que comprova que todos estamos cada vez mais expostos a essa contaminação, seja pelo ar, água ou alimentos”, acrescentou.

O caso aconteceu na manhã da última sexta-feira (2) e o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) aplicou multa de R$ 44.178 (200 UPFs) ao fazendeiro, que não teve a identidade divulgada. 

Em Mato Grosso, o limite terrestre para aplicação de agrotóxicos é de 90 metros, conforme o Decreto Estadual 1651/2013, determinação descumprida pelo fazendeiro. De acordo com Márcia, a limitação, no entanto, está muito abaixo do que consta na Lei Federal 8.588/2006, que determina 300 metros para aplicação terrestre e 500 metros para a aérea.

“Há relatos de pulverizações em lugares proibidos, fora dos limites, em áreas com residências. Este caso de Sinop é lamentável, mas serve para levar à discussão sobre o tipo de modelo produtivo que temos em Mato Grosso. Será que precisamos de tantos agrotóxicos? Pulverizar com aviões, algo que a União Europeia já proíbe? Temos que trazer essa discussão para a sociedade de maneira séria e ampliada, pois como é feito hoje não está mais seguro para ninguém”, alertou. 
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