Indígenas iniciaram movimento de convocação aos civis para compor a “linha de frente” dos protestos em Brasília, contra resultado das eleições presidenciais 2022. Cacique Rony Pareci, uma das principais lideranças de Mato Grosso, publicou nesta quarta-feira (14), um vídeo no Instagram relatando que há muitas pessoas covardes entre os apoiadores e pede a presença deles para vencer a "guerra". Em outro vídeo, não publicado por ele, mas compartilhado por bolsonaristas nas redes, o indígena sobe o tom.
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“Estamos em frente ao Palácio Alvorada, residencial oficial do nosso presidente Bolsonaro. Muitas pessoas perguntam, muitas mandam mensagens: ´vocês índios irão nos salvar´. Engano! Podemos até contribuir no seguinte sentido, se vocês querem resolver, querem salvar mesmo, venham junto com a gente. Até agora, todos movimentos que teve parece que só dos índios. Cadê os civis? Estão com medo, não estão tendo tempo, não estão tendo coragem”, diz o cacique da aldeia Wazare, na Terra Indígena (TI) Utiariti, entre Campo Novo do Parecis e Sapezal.
Ainda no vídeo, o porta-voz pede aos civis para irem na linha de frente dos protestos recebendo comandos dos indígenas. “Se queremos resolver, vamos para linha de frente da batalha, juntos, de mãos dadas, mostrando nossa cara a tapa para a gente realmente vencer. Digo mais ainda, nos já decidimos, nos chefes que estamos aqui em frente ao quartel general, os líderes e caciques, se vocês civis não estiverem juntos conosco, ouvindo nossos comandos, e andando em um único batalhão de exército, eu digo aos senhores, não vamos ganhar a guerra. Quer que nós salvamos, venha junto conosco. Qualquer ação enérgica vocês precisam estar juntos conosco. Se não estiverem, meus amigos, consensuado, essa semana iremos levantar acampamento”, acrescenta.
Por fim, Rony cita pessoas covardes e com medo. “É melhor morrer lutando juntos do que morrer covardemente. Até então, desculpa dizer, eu sinto muita gente covarde que está com medo. Estão você é covarde, venha junto conosco, linha de frente, quando estivermos juntos, unidos, nós conseguimos marchar em qualquer direção para alcançar nosso objetivo”, finaliza.
O segundo vídeo começou a circular nas últimas horas, com o cacique anunciando a ida de indígenas para resgatar o cacique José Acácio Serere Xavante, preso nesta segunda-feira (12) por incitar atos antidemocráticos.
O indígena diz ter sido dada a oportunidade para liberação de Serere e ameaça o presidente Bolsonaro (PL), caso ele não ordene a soltura do preso. “Se o senhor não ordenar, no primeiro momento, a soltura do nosso cacique Serere, será derramado sangue. Nós iremos entregar a vida para poder tirar ele de lá”, afirma.
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