O cineasta Sérgio Rezende está confiante na seleção de seu filme “Salve geral” na disputa pelo Oscar 2010. “A expectativa agora é ganhar o Oscar. É um filme que tem força cinematográfica”, avalia.

“Salve geral” foi anunciado nesta sexta-feira (18) pelo Ministério da Cultura como o longa brasileiro que irá disputar uma das cinco vagas na categoria “melhor filme estrangeiro” na premiação da Academia, que acontece em 7 de março de 2010, em Los Angeles.

As produções que efetivamente irão disputar uma estatueta serão reveladas em 2 de fevereiro do próximo ano.

"Salve geral" aborda os ataques de maio de 2006 a São Paulo, comandados por integrantes de uma organização criminosa contra policiais nas ruas e dentro do sistema penitenciário. Toda a ação dos bandidos é mostrada através do olhar de uma professora de piano de classe média interpretada pela atriz Andréa Beltrão.

“Mostrar uma mulher sensível e cidadã comum envolvida nesse drama foi a maneira que escolhi de aproximar a classe média do horror do nosso sistema penitenciário. A realidade das prisões é muito distante da maioria dos brasileiros”, opina Rezende.

“Acredito que a escolha do filme para o Oscar se deu porque aborda um acontecimento dramático e recente da nossa história de uma maneira muito responsável e com muita seriedade”.

Produção de R$ 9 milhões, "Salve geral" mostra a história de uma mulher cujo filho está preso nos dias que antecedem a série de ataques. A revolta é motivada pela situação degradante dos presídios paulistas.

Rezende conta que escreveu o roteiro sempre pensando na atriz Andréia Beltrão como protagonista. "Fui atrás da Andréa como um peregrino vai à Meca. Acho que no cinema ela ainda não tinha tido a oportunidade de fazer um papel dramático com toda essa força", avalia o cineasta. "Ela já havia conseguido isso em seus papéis no teatro, mas não no cinema".

"Salve geral" estreia nos cinemas brasileiros no dia 2 de outubro.

O filme disputou a vaga do Brasil no Oscar 2010 com “Besouro”, de João Daniel Tikhomiroff, “Síndrome de Pinnochio – refluxo”, de Thiago Moyses, “Jean Charles”, de Henrique Goldman, “Feliz natal”, de Selton Mello, “A festa da menina morta”, de Matheus Nachtergaele, “O menino da porteira”, de Jeremias Moreira, “Se nada mais der certo”, de José Eduardo Belmonte, “Budapeste”, de Walter Carvalho e “O contador de histórias”, de Luiz Villaça.