O recuo sobre a quantidade de refeições diárias nas creches da rede municipal obrigará a Prefeitura de São Paulo a reajustar os contratos assinados há apenas uma semana com as fornecedoras da merenda escolar --e antes mesmo de elas começarem a prestar os serviços.
O aditamento, confirmado ontem (17) à Folha pela Secretaria da Educação, será feito após a gestão Kassab ter exaltado nos últimos meses a economia obtida com a nova contratação.
Os contratos assinados na última sexta-feira (11) com as vencedoras da licitação previam que as empresas (responsáveis pela compra dos alimentos, preparo e distribuição) teriam de oferecer só quatro refeições diárias para crianças nas creches --e não cinco, como é hoje e como continuará sendo.
Os detalhes das mudanças contratuais, no entanto, ainda serão discutidos. A tendência é que a diferença fique próxima de R$ 600 mil por mês --já que, segundo a secretaria, era essa a economia com a redução de cinco para quatro refeições.
Os novos contratos foram firmados após questionamentos da Promotoria, que já acusou as empresas de cartel e pagamento de propina a servidores desde a gestão Marta Suplicy (PT). Elas negam.
A prefeitura já exaltou que os novos contratos permitiram uma redução de 22% no preço pago até hoje às empresas.
Recuo
Ontem (17), o prefeito Gilberto Kassab (DEM) recuou e anunciou que não irá mais cortar uma das cinco refeições do cardápio das crianças atendidas nas creches de São Paulo. A medida entraria em vigor na próxima segunda-feira (21).
Após a publicação da informação, Kassab disse que não sabia da medida e admitiu que poderia reavaliá-la. "Se foi uma decisão equivocada é evidente que sim [podemos reavaliar]. Com a maior humildade", afirmou o prefeito.
A medida atingiria cerca de 60 mil crianças atendidas 360 creches diretas e 301 indiretas --cujo espaço é cedido pela prefeitura, mas a administração é feita por entidades filantrópicas.