A obra de Antônio Poteiro, que fabricava cerâmica utilitária (de onde veio o nome 'Poteiro') e começou a pintar por sugestão do também artista plástico Siron Franco, será mostrada entre os 21 a 25 no Espaço Cultural Ivandro Cunha Lima, no Senado.
Para o crítico e historiador de arte Frederico Morais, Poteiro é um gênio e sua arte tem como característica a movimentação constante. Na página do artista na internet, Frederico Morais afirma que "Antônio Poteiro cria histórias no barro, cria narrativas circulares. Suas narrativas circundam a superfície do vaso, dão a volta, é como se não tivessem um ponto de partida ou chegada. São histórias de homens, animais e santos, histórias que ele recolhe na rua, na Bíblia, nos seus sonhos".
Essa "movimentação incessante", conforme o crítico, está presente até mesmo na escolha dos temas da pintura de Poteiro: "cirandas, cavalhadas, carnaval, futebol, fogaréus, reisados. O mundo não pára, circula sempre".
Frederico Morais ressalta ainda que esse mundo construído por Poteiro em seus quadros e cerâmicas "é rigorosamente lógico, a começar por sua simetria. Nele temos o céu e a terra, o alto e o baixo, a esquerda e a direita, o dentro e o fora, Deus e o diabo, o bem e o mal, o leve e o pesado. São vários níveis, planos, andares".
Nascido em Santa Cristina da Pousa (Portugal) em 1925, Antônio Batista de Souza radicou-se em Goiânia, depois de ter vivido em São Paulo e em Minas Gerais.Autodidata, expõe desde 1967, tendo participado de várias mostras, tanto no Brasil quanto no exterior. Suas obras estão também em exposições permanentes em diversos museus brasileiros e no Museu Municipal de Óbidos, em Portugal.
Poteiro recebeu diversos prêmios, entre os quais o Prêmio Funarte, em 1977, como o melhor artista do Planalto Central, o Grande Prêmio Prefeitura de Belo Horizonte no XIV Salão Nacional de Arte do Museu de Arte Pampulha, em 1982, e o Prêmio Associação Paulista de Críticas de Arte, em 1984, na categoria Esculturas.
A iniciativa da mostra é da Comissão de Artes Plásticas do Senado.