O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), defendeu que seja dado um “desconto” aos servidores que haviam sido exonerados da Secretaria Municipal de Saúde e que soltaram fogos de artifícios e estouraram champanhe depois que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) derrubou a intervenção do Estado na Pasta. Populista, o gestor brincou que a efusividade faz parte da “paixão do Pinheirismo”.

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“Ao longo desses anos de mandato, poucos políticos apanharam como eu, na maioria das vezes por razões injustas. Eu tenho lombo grosso, não fiz nada de errado. Então, o pessoal sofre junto comigo, porque vive comigo. Eu recebi mensagens até de aliados do governador se solidarizando, se eu fosse cagueta eu ia entregar meio Governo. Tem que dar um desconto, se eu tivesse lá era capaz até de tomar esse champanhe com eles”, disse o prefeito, ao ser questionado sobre o episódio nesta segunda-feira (09).

A intervenção na Saúde de Cuiabá havia sido determinada pelo desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, a pedido do Ministério Público do Estado.

No entanto, na semana passada, o STJ derrubou a intervenção porque o TJMT não possui jurisprudência que autorize o ato através de uma decisão monocrática, como ocorreu.

A presidente do STJ, Maria Thereza de Assis, suspendeu a intervenção até que o mérito do pedido de intervenção, feito pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso, seja julgado pelo Órgão Especial do TJMT.

Logo após a determinação do STJ, servidores que haviam sido exonerados pelo interventor Hugo Fellipe Martins foram até a sede da Secretaria Municipal de Saúde para estourar fogos de artificio e tomar champanhe.

“Isso faz parte da paixão do Pinheirismo. É desaconselhável, mas Emanuel Pinheiro desperta paixões. E não tem como conter a paixão popular. Se eu estivesse lá na porta da Secretaria iria aparecer uma multidão. E me desculpem o termo, mas foi muita sacanagem, muita perseguição, muita mentira e eu sem poder responder, para não argumentarem que eu estava afrontando a Justiça”, concluiu Emanuel.