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Terça-feira, 07 de maio de 2024

Notícias | Meio Ambiente

‘Uma verdade inconveniente’ é filme ambiental para gente comum, diz diretor

Quando foi convidado pela produtora Laurie David para fazer um filme sobre aquecimento global baseado na palestra do ex-vice-presidente americano Al Gore, o diretor Davis Guggenheim não gostou. “Ela disse que deveria ser estrelado por Al Gore e deveria ser em torno de sua apresentação. Respondi que era uma péssima ideia, que era a forma errada de fazer o filme”, conta o diretor.


Então foram a um hotel para assistir à performance do político democrata e Guggenheim mudou completamente de opinião: “Vi que estava errado. Na apresentação dá para ver que ele vem se preparando sobre o tema há 40 anos.”

Com um currículo de produções variadas, como episódios das séries “ER” e “24 horas”, uma biografia de Barack Obama e um documentário sobre guitarristas, Guggenheim aceitou o desafio e se deu bem: com “Uma Verdade Inconveniente” que será exibido pela primeira vez na TV neste domingo (20), às 21h no canal NatGeo faturou o Oscar de melhor documentário em 2007.

Como um diretor com uma carreira não ligada à militância ambientalista foi parar na direção desse filme? “Sou como o Forrest Gump. Tive sorte de cair nessa história. Acho importante contar histórias que tenham um significado para você. Eu senti de forma muito forte que essa era importante para contar e que talvez fosse a coisa mais importante que eu faria em toda minha vida.”

São muitos estágios para resolver o problema: o 1º é dizer que o aquecimento global é real, o 2º é aceitar que nós o estamos causando e o 3º é dizer que se não fizermos nada, será um problema"

O próprio Guggenheim admite que, para pessoas que acompanham mais a fundo o intenso debate sobre as causas e consequências do aquecimento global, “Uma Verdade Inconveniente” não traz grandes novidades.

“Muitos ambientalistas e cientistas na América disseram que não há nada de novo no filme, nada que ainda não soubessem. Mas não fiz o filme para ambientalistas e cientistas, e sim para pessoas comuns. Para as mães e pais que se preocupam com seus filhos, com sua comida, com o clima”, explica.

Para o cineasta, este é o verdadeiro valor do seu filme: levantar a discussão entre as pessoas que, em muitos casos, até duvidavam que o aquecimento global estivesse acontecendo de verdade.

“Nos EUA, 5 milhões de pessoas pagaram para assistir no cinema e dez vezes mais viram na TV e em DVD. Criamos consciência nos Estados Unidos. Muitas pessoas passaram a acreditar que o aquecimento global é real. Em países como a Inglaterra, todas as escolas têm um DVD e exibem o filme.”

O passo seguinte é dizer que pode ser consertado. Cada passo merece pelo menos um documentário"

Em dezembro, a comunidade internacional vai se reunir numa conferência global sobre mudanças climáticas na Dinamarca e tentar definir novas metas de redução de emissões de gases do efeito estufa. O tema de “Uma verdade inconveniente” é mais atual que nunca.

Há espaço, então, para uma sequência do filme? “É importante que haja muitas sequências”, diz Guggenheim. “São muitos estágios para resolver o problema: o primeiro é dizer que o aquecimento global é real, o segundo é aceitar que nós o estamos causando e o terceiro é dizer que se trata de uma grande crise e que se não fizermos nada, vai ser um problema” detalha o diretor. “O passo seguinte é dizer que pode ser consertado, que não é tarde demais. Cada passo merece pelo menos um documentário”, opina.
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