Sem apoio de qualquer colega de Legislativo, o deputado Gilberto Cattani (PL) foi repreendido durante sessão nesta quarta-feira (1º), após apresentar moção de repúdio contra fala do ministro Carlos Fávaro (PSD). O requerimento foi arquivado já que todos os outros parlamentares votaram contra.

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Cattani, que dedica grande parte do seu tempo com propostas de cunho ideológico, repudiou fala de Fávaro, que numa entrevista à Rádio Vila Real, em fevereiro, ironizou o clamor de uma mulher que estava com o marido preso, por participação dos ataques antidemocráticos em Brasília.

Na ocasião, o ministro afirmou que não há perseguição a quem não cometeu crime. Esses dias algumas pessoas até me ligaram e mandaram mensagem: ‘Por favor, ajuda a soltar meu marido. [Ele] está preso lá em Brasília’. Foi preso onde? Na igreja? Estava na igreja rezando e a polícia foi lá e prendeu ele? Não, estava no Congresso quebrando tudo. Não dá para dizer que isso é perseguição. Isso é crime”.

“Por ser presidente da Comissão de Direitos Humanos que propus essa moção. Isso sim é perecer do direito humano. Daquelas pessoas que ficaram muito tempo em um campo de concentração. 1200 pessoas estavam com um único banheiro”, declarou Cattani, completando que o requerimento não era de repúdio, mas de desagravo.
 
O deputado, no entanto, não conseguiu apoio entre os colegas e só gerou uma fila de parlamentares que elogiaram a atuação de Fávaro e defenderam a pacificação na política.

O mais incisivo foi Nininho (PSD), que condenou o fato de Cattani insistir na polarização política, mesmo meses após o resultado das eleições.

“Essas moções contra o ministro é um pouco exagerado. A eleição passou, eu votei no Bolsonaro, mas nem por isso eu vou ficar criticando os colegas que votaram no atual presidente (Lula). Nosso dever é pacificar e fazer com que o país ande. Torço para esse governo ir bem, pois se o governo vai bem, todos nós vamos bem”, declarou.

“Não vou mais aceitar essas críticas exageradas. Quero pedir ao deputado Cattani que avalie um pouco antes de atacar a honra e dignidade das pessoas”, completou.

Nininho disse que apesar de ter apoiado o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), aceitou a decisão de Fávaro se aliar a Lula e que entre os apoiadores bolsonaristas, também há muitos que não são corretos.

“Presenciei esses movimentos depois da eleição. Cansei de falar que no meio desses defensores de Bolsonaro tinha um monte de malandros, que se a Polícia Federal baixasse ia levar muitos daqueles acampamentos, que não tem moral nenhuma para falar em honestidade ou querer ser melhor que alguém. Tem produtor que compra veneno roubado, produtor que usa caminhão Finam dentro das fazendas, que compra trator roubado. Que moral tem para falar em moral e honestidade”, disparou.

“Nós devemos torcer para que o ministro vá bem e que o Neri Geller (ex-deputado federal) faça um grande trabalho como já fez na Secretaria de Políticas Agrícolas, onde a maioria desses produtores que estão aí radicalizando foram beneficiados, com financiamento de15 anos para pagar armazém, com juros de 3,5% ao ano. Se foi a população que decidiu, cabe a nós aceitar e parar com essa radicalização. Não vou mais aceitar essas provocações”, pontuou.