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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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69 DE MT FORAM PRESOS

Coronel confirma atuação do Exército em prol de bolsonaristas, existência de 'máfia do Pix' e tráfico em acampamento

Foto: Reprodução

Coronel confirma atuação do Exército em prol de bolsonaristas, existência de 'máfia do Pix' e tráfico em acampamento
O ex-comandante de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Jorge Eduardo Naime, confirmou à CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), nesta quinta-feira (16), que oficiais do Exército agiram para proteger bolsonaristas no acampamento golpista em frente ao Quartel-General de Brasília, no dia 8 de janeiro. 


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Ainda de acordo com o coronel, a Polícia já tinha conhecimento da chamada “Máfia do Pix”, e de episódios de tráfico de drogas, comércio ilegal, prostituição e até denúncia de estupro no acampamento. De acordo com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal, 69 pessoas de Mato Grosso foram presas.

Jorge Eduardo Naime está preso desde o dia 7 de fevereiro, após ser alvo da operação Lesa Pátria, da Polícia Federal (PF), que investiga a omissão de militares no enfrentamento aos golpistas e a suspeita de colaboração com os atos de terrorismo.

Nesta quinta, ele foi conduzido à CLDF e ouvido pelos deputados distritais que investigam os atos antidemocráticos ocorridos em Brasília.

Em seu depoimento, Naime relembrou da escalada da tensão na relação entre o ex-comandante do Exército à época, o general cuiabano Júlio César de Arruda, e membros do Governo Federal, em especial com o interventor Ricardo Cappelli e o ministro da Justiça Flávio Dino.

As duras discussões já haviam sido citadas, conforme divulgou Olhar Direto, no depoimento do ex-comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Fábio Augusto Vieira, ainda em janeiro.
“O Cappelli tinha chegado no local, fui saber quais as ordens, se íamos entrar. Nisso, o major me pede para olhar para trás. Quando olhei, vi uma tropa de choque montada, com blindados, mas voltados para a PM, protegendo o acampamento”, reforçou Naime, na última quinta.

O coronel contou ainda sobre um episódio em que chegou a ser retirado do Setor Militar. “Fui acessar a área onde toda a população estava acessando, fardado, com patrulheiro do lado, mas fui abordado por um soldado que botou a mão no meu peito, me proibiu de entrar, chamou o GSI, a comando do capitão Roma. A população veio correndo, veio um sargento me apontando o dedo na cara, me mandando sair, a população começou a me xingar e fui colocado para fora”.

Máfia do Pix e tráfico no QG

Naime ainda disse que teve informações sobre um grande arrecadamento de dinheiro diário no acampamento. “Tínhamos conhecimento da ‘Máfia do Pix’, de lideranças que ficavam ali. Não temos nomes, mas elas ficavam no acampamento pedindo para que as pessoas fizessem Pix para manter o acampamento”.

“Ali tinha tráfico de droga, ambulante, prostituição, denúncia de estupro. Coloquei 553 homens à disposição do Exército no dia 29 de dezembro de 2022, para retirar o acampamento. O GDF colocou DF Legal, SLU, estrutura completa, mas a operação foi cancelada. Foi planejada a tarde inteira do dia anterior. Exército disse como ia atuar, qual seria a atuação de cada órgão. Chegou na hora, nada aconteceu”, acrescentou o coronel.

Lembrando ainda da tentativa de invasão à sede da PF em Brasília, em 12 de dezembro, Naime disse que havia gente de alto poder econômico nos QGs. “No dia seguinte, Fábio Augusto tinha reunião com rede hoteleira e um dos hoteleiros dizia que os caras estavam hospedados no hotel. Eles fizeram a confusão e subiram para o hotel. Quem ficava no acampamento era gente paga. Quem orquestrava estava nos hotéis”.

“Viviam em uma bolha”

Outro trecho do depoimento do militar que repercutiu narra a “realidade paralela” em que os golpistas estavam inseridos. “Escutei relatos que falei: ‘Não é possível’. Uma pessoa me abordou e disse que era extraterrestre, estava infiltrado e, assim que o Exército tomasse, eles iam ajudar a tomar o poder”, contou.

Segundo Naime, os manifestantes só consumiam as informações que eram geradas e divulgadas dentro do QG, entre bolsonaristas. “Estavam na bolha deles”, comentou.
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