Alguns minutos depois de respirar fundo entre uma contração e outra para conseguir entrar no elevador do prédio onde mora, no bairro Jardim Tropical, em Cuiabá, na madrugada de quinta-feira (16), a dentista Bárbara Trindade Passos Casela, de 34 anos, percebeu que não teria tempo de parir no hospital quando percebeu que a cabeça da filha já havia "coroado". O parto no elevador foi registrado pelas câmeras de segurança. 

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A dentista conversou com o Olhar Direto na manhã deste domingo (19) e contou que entre a primeira contração e o nascimento da filha Joana no elevador foram apenas duas horas. A rapidez com que a bebê veio ao mundo impressionou a Bárbara, que também é mãe de Petrus, de quatro anos. No entanto, diferente de Joana, o parto do primeiro filho demorou 17 horas. 

"Meu primeiro parto também foi normal, mas o dela deu 2 horas da primeira contração até o parto. Falo que a Joana não nasceu, ela estreou. Foi a noite mais doida da minha vida, não tem como explicar... É uma sensação muito louca. Na terça de manhã meu menino acordou e falou para o pai que tinha sonhado que ela nascia em casa, que estava a avó e o tio junto. Olha, que boca que o menino tem", brincou a dentista. 

Bárbara explica que o nascimento de Joana pegou todos de surpresa. Como estava grávida de 37 semanas e quatro dias, a dentista esperava sentir as primeiras contrações que anunciam o parto apenas no final deste mês. Por conta disso, sequer havia comprado fraldas ou feito o ensaio de gestante que sonhava. 

"Acordei de madrugada, umas 00h30, com contrações leves. Acordei meu marido e falei: acho que a Joana vai nascer hoje. Ele disse: não brinca comigo. Pedi só pra ele tirar uma foto minha com a barriga, porque não fiz fotos. Chamamos minha mãe, que é enfermeira, poderia me ajudar e me acalmar". 

Quando acordou de madrugada com contrações, Bárbara pediu ao marido para registrar uma imagem com a barriga de grávida, já que foi pega de surpresa pelo parto e não teve tempo de fazer o ensaio profissional. (Foto: Arquivo pessoal)

Entre a ligação e chegada da mãe no apartamento passaram 20 minutos, que Barbara definiu como uma "eternidade". A dentista desejava que a mãe fizesse o exame de toque antes da ida ao hospital, para que ela pudesse ficar mais tempo em casa com o filho mais velho, que estava ansioso pela chegada da irmã. 

"Não queria deixar meu filho muito tempo sozinho em casa, na expectativa de conhecer a irmãzinha, queria ficar mais tempo em casa, porque o parto dele demorou 17h. Queria curtir e ficar mais relaxada com ele em casa mesmo. As contrações aumentaram e a hora que ela [a mãe] chegou eu já estava com sete de dilatação". 

Como as contrações estavam aumentando, Bárbara decidiu ligar para o médico para avisar que estava indo para o Hospital Santa Rosa, onde o parto seria realizado. Entre uma contração e outra, ela andou até o elevador. Quando percebeu que havia dilatadado ainda mais e que a bebê havia coroado, teve certeza que não conseguiria chegar até o carro no estacionamento do prédio. 

"Vi que não daria tempo de sair, passei a mão embaixo e senti um buraco: falei ai meu deus ela está vindo. Pensei que seria melhor voltar para casa, acho que se tivéssemos ido para o carro, ela teria nascido no caminho, no escuro e no frio. Quando passei a mão senti a cabecinha dela, ali vi que não tinha mais como, ela teria que sair". 

Parto no elevador emocionou moradores do prédio 

Assim que deu à luz, Bárbara, o marido e a mãe decidiram voltara para o apartamento para pegar toalhas limpas para esquentar Joana. Quando voltaram para o imóvel, a dentista surpreendeu uma vizinha que estava cuidando do filho mais velho ao anunciar o nascimento de Joana no elevador. 

Nas imagens da câmera de segurança do elevador, Bárbara aparece curvada e sendo amparada pelo marido e a mãe, que "fez o parto" da neta. A dentista conta que Joana já nasceu chorando e com os olhos abertos. 

"Na hora que saímos do elevador estávamos em êxtase, já estava rindo de tudo. Foi muito louco. Deu tempo de entrar em casa, porque tínhamos que envolver ela em uma toalha limpa. Entramos, tiramos uma foto com o meu menino, que estava ansioso para ver o irmão. Minha vizinha ficou branca quando viu que ela tinha nascido". 

Primeira foto de Joana após o parto no elevador, já dentro do apartamento com a família. (Foto: Arquivo pessoal)

Não demorou para que a notícia do parto no elevador se espalhasse entre os moradores. Bárbara contou que os vizinhos estão ansiosos para conhecer Joana, que entrou para a história do condomínio, já que foi a primeira bebê a nascer no elevador, brinca a dentista. 

" Foi uma sensação gostosa, passou, tá aqui e nasceu e foi bem. Mas tinha que ter o aparato, a gente tinha que estar no hospital e não no elevador. Estão todos ansiosos esperando a gente chegar. A Joana virou um acontecimento". 

Depois do parto no elevador, Bárbara foi para o Hospital Santa Rosa, onde Joana permanece em observação, já que nasceu antes da data prevista. Apesar disso, mãe e filha estão saudáveis. A menina foi apelidada de "Joaninha" pelo irmão mais velho, que aparece sorridente com a irmã no colo na primeira foto dos dois juntos. 

" Ao mesmo tempo que veio o medo, porque as primeiras horas do recém nascido são primordiais, ainda mais por ela ter nascido antes do tempo. Mas aí mesmo tempo veio o alívio. Vamos ter essa história na família para contar". 

Veja o vídeo do parto: