O deputado federal Emanuelzinho (MDB) defendeu que a Comissão de Finanças e Tributação faça um requerimento ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para que preste esclarecimento sobre a política de juros do país, fixada em 13,75% ao ano. A defesa ocorreu no início dos trabalhos da comissão, em que o parlamentar é membro na nova legislatura. Representantes do Ministério da Fazenda devem ser convocados.
Para argumentar favorável ao convite, o parlamentar afirmou que o Branco Central deve dialogar com os deputados para que possam chegar a uma compreensão sobre os valores da taxa cambial. Em um comparativo de diversos setores da economia brasileira, Emanuelzinho elencou situações que aquecem o mercado, porém também estão sofrendo altos e baixos que não necessariamente estariam ligados aos juros do BC. Por exemplo, as férias coletivas de montadoras por falta de demanda.
“Esse momento vivido pelas montadoras é um exemplo claro de que nossa inflação não é de demanda, mas de oferta. Temos o mercado imobiliário de aluguéis que opera pelo IGP-M, se o dólar valoriza, desvaloriza a nossa moeda, naturalmente o preço do aluguel sobe para o inquilino [...]. Qualquer alteração no mercado internacional automaticamente é sentida com a desvalorização do real aqui e alta dos preços para o consumidor. Quer dizer, o que queremos é a presença do presidente para nos esclarecer como que 13,75% de juros ao ano se justificam nesse sistema, pois não tem feito sentido”, explicou durante o discurso.
Ainda contra os juros do BC, o vice-líder do governo reiterou a necessidade de fortalecer o poder de compra para que haja movimento positivo econômico no país. Outros representantes do governo federal, como o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foram citados para participarem de futuras audiências na CFT. A ideia é avançar nas tratativas para um novo texto da Reforma Tributária.
“As famílias estão sem acesso a crédito barato e vivendo um tempo de estagnação no consumo que impede que elas melhorem a qualidade de vida e também impede o crescimento econômico do país, porque a 13,75% ao ano é praticamente inviável”, concluiu.
Veja vídeo do discurso:
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