Em coletiva de imprensa realizada na China, na noite deste domingo (26), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, reagiu à repercussão sobre o grupo de empresários que ele selecionou para acompanha-lo na viagem. Questionado especificamente sobre a presença na comitiva dos empresários Joesley e Wesley Batista, donos do grupo JBS, Fávaro disse que o Governo “não se esqueceu” dos esquemas que envolviam a dupla no passado, mas defendeu a importância da gigante de carnes para o mercado nacional.
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“A gente tem que reconhecer, [a JBS] é a maior empresa de carnes do mundo. É uma empresa brasileira que gera muitos empregos, que gera muitas oportunidades ao cidadão brasileiro. E eles cumprindo a legislação brasileira, cumprindo seu compromisso, não tem porque não poderem fazer parte da comitiva e estar buscando a ampliação dos seus negócios”, justificou o ministro.
Além dos irmãos Batista, a comitiva levada por Fávaro à China inclui o filho de Erai Maggi, Kleverson Scheffer, representando o grupo Bom Futuro, um dos maiores exportadores de soja do mundo, além de líderes da Marfrig e Bayer.
Outros mato-grossenses que acompanham a comitiva são Itamar Antônio Canossa, presidente do Fórum Mato-Grossense da Agropecuaria; o ex-secretário de Infraestrutura e Logística da gestão Pedro Taques, Marcelo Duarte, que atualmente responde pela diretoria de Relações Internacional da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (ABRAPA); e Tarcísio Sachetti, um dos sócios da Agro Investments Sachetti.
A repercussão em torno do convite aos empresários da JBS se deu em razão dos escândalos em que os dois estiverem envolvido há alguns anos. Presos em 2017, os irmãos Wesley e Joesley Batista foram responsáveis por acusações contra o ex-presidente Michel Temer (MDB) e o deputado Aécio Neves (PSDB-MG). Temer chegou a ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo crime de obstrução de Justiça — em 2019, foi absolvido. Aécio foi absolvido da acusação de ter recebido R$ 2 milhões em propina do empresário goiano.
“Nós temos que olhar para frente. Estão lá centenas de milhares de brasileiros que trabalham, que tem seu emprego garantido, suas oportunidades garantidas e não tem por que tratar [os donos da JBS] diferente. Esquecer, não. Temos que pensar que, se alguém deve alguma coisa, que pague pelo que deve. Agora, temos que olhar para frente”, pontuou o ministro.
