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Quarta-feira, 01 de maio de 2024

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HOSPITAIS LOTADOS

​Infectologista destaca importância da vacinação e orienta pais sobre o momento de buscar atendimento médico

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

​Infectologista destaca importância da vacinação e orienta pais sobre o momento de buscar atendimento médico
Com o aumento na procura por atendimentos de pediatria nas unidades de urgência e emergência no estado de Mato Grosso, em decorrência da alta nos casos de síndromes gripais e doenças respiratórias nas crianças, o Olhar Direto conversou com a médica infectologista Dra. Letícia Rossetto da Silva Cavalcante, que trouxe algumas orientações para os adultos e responsáveis.


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Letícia Cavalcante atua no Hospital Júlio Muller, é professora na Univag e atende em consultório particular. Segundo ela, é fundamental que as pessoas entendam que muitas doenças respiratórias possuem vacinas como forma de prevenção.

“É importante entender que muitas doenças respiratórias tem vacina. A criança tem que se vacinar para a Influenza, a Covid-19, que a vacinação está em baixa e é preciso fazer essa atualização, mas existem outros vírus circulando”, explica.

Alguns desses vírus que circulam na sociedade são: adenovírus, covid-19, rinovírus, influenza e vírus sincicial respiratório. Todos eles podem gerar os sintomas gripais nas crianças e adultos. Os principais sinais das infecções virais são: coriza, tosse, dor no corpo, mal-estar, febre, dor de cabeça e perda de apetite.

São diversas as hipóteses para o aumento dos casos gripais no Brasil, como a mudança do tempo; a aglomeração do Carnaval; o abandono da etiqueta respiratório e do uso de máscaras, assim como a higienização precária das mãos, que facilitam a circulação dos vírus; e a sazonalidade.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou na última segunda-feira (27), o boletim InfoGripe, que alerta para o sinal de crescimento no número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em 18 estados, incluindo Mato Grosso. Já Cuiabá também entrou para a lista das 20 capitais com aumento nos registros.

Além disso, o Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de Mato Grosso (Sindessmat) divulgou que os hospitais particulares de Cuiabá estimam um aumento de até 300% na procura por atendimento para crianças no Pronto Atendimento, e lotação de 100% das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e leitos de internação pediátricos.

Uma das hipóteses para o aumento de casos entre os menores de idade é a volta às aulas. Nas escolas, as crianças estão mais aglomeradas, e como ainda possuem um sistema imunológico ‘imaturo’, ficam mais suscetíveis a pegar infecções, principalmente, as respiratórias.

“Criança em idade escolar que tem até 10 infecções por ano é normal. E a maioria dessas infecções que estão acontecendo, apesar de causar muito estresse e ansiedade nos pais, são infecções virais, que serão autolimitadas. Vai durar em torno de sete a 10 dias. O paciente vai ter tosse, vai ter secreção, às vezes, uma febre, redução do apetite, mas depois vai evoluir para a melhora”, diz a médica.

Quando se preocupar?

“Quando o paciente começa a parar totalmente de comer, tem vômitos que não param, a ter febre alta que não melhora, que não abaixa com os antitérmicos, a ficar muito choroso ou muito sonolento. Seriam esses os sinais de alarme. Se começar a respirar muito rápido, muito forte, ter o que a gente chama de desconforto respiratório ou o peito começar a chiar, assibilar, que é o apito no peito, são sinais para os pais procurarem os pronto-atendimentos”, conta Letícia.

A médica orienta também para que os responsáveis tentem contato com o pediatra da criança, levando para uma consulta eletiva ou até mesmo recorrer às consultas domiciliares ou tele consultas. Dessa forma, evita-se a aglomeração nos prontos-atendimentos.

“É importante ter essa calma também, entender que são infecções respiratórias, que na maioria vai ter começo, meio e fim, que vai durar cerca de uma semana mesmo. E se a sua criança está comendo, está brincando, nariz escorrendo, teve uma febre que melhorou, pode ficar tranquilo, porque essa criança está evoluindo bem com essa infecção”, diz a infectologista.

Também é importante que os adultos entendam que uma infecção viral não precisa de antibiótico, porque senão o uso desnecessário pode induzir a uma resistência aos antibióticos, e quando realmente o paciente precisar do remédio, o corpo não vai mais responder.

Isolamento é necessário

A médica também orienta para o isolamento da criança que apresenta sintomas gripais, evitando assim a transmissão para outras pessoas, principalmente, no ambiente escolar.

“Quando todo mundo fica doente ao mesmo tempo, mesmo doenças que são benignas, uma parte delas, uma porcentagem dessas doenças, vai precisar de um auxilio hospitalar. Vamos deixar esse auxilio para as crianças que realmente estão com sinais de alarme, precisando de oxigênio e uma antibiótico diferente”, complementa.

Exame

As pessoas com sintomas de SRAG podem fazer a coleta do exame swab nasal, que mostra um painel viral, auxiliando o médico e o paciente a saber qual o tipo de vírus que está presente no corpo.


E os adultos?

“Para os adultos, o principal é manter o calendário vacinal atualizado, como da Influenza, covid-19, e se tiver interesse em fazer a vacina para pneumococo, porque muitas vezes quando a gente era criança, ainda não tinham essas vacinações, e conseguimos fazer no sistema privado”, conta a médica.

A vacina Pneumo 23 ou pneumocócica 23 protege contra doenças graves causadas pela bactéria pneumococo, como pneumonias, meningites e outras. É indicada para crianças a partir dos 2 anos de idade e adultos. Ela faz parte da Campanha Nacional de Multivacinação e é oferecida de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), conforme as informações do Ministério da Saúde.

“Depois, o adulto que não se alimenta bem, que não dorme bem, que não ingere a quantidade adequada de líquidos, ele não vai ter uma imunidade boa e vai ficar toda hora pegando infecções virais, então é importante que a gente mantenha esses hábitos saudáveis”, disse Letícia.

A infectologista também orienta para o uso de remédios. Segundo ela, é ideal procurar o atendimento, caso contrário, apenas tomar analgésicos para casos de dor e febre, algum xarope expectorante para as tosses e ingerir bastante líquido. “É preciso paciência. Para os resfriados, são cerca de cinco a 10 dias para melhorar. E para gripe, de sete a 10 dias”.

Grupos de risco

Idosos e imunossuprimidos também devem ficar atentos às cadernetas de vacinação e estar sempre buscando os reforços. Além disso, a médica orienta que caso a pessoa realiza um tratamento que diminua a imunidade ou tenha uma infecção viral, frequentemente, deve-se desde o início procurar o auxilio de um infectologista para acompanhar a síndrome gripal.

“Uma infecção nesses pacientes mais fragilizados pode evoluir para uma pneumonia bacteriana, uma rinossinusite bacteriana ou até uma meningite. São coisas que precisamos prestar atenção”, disse Cavalcante.

“No caso das gestantes, a gente sabe que a influenza, o h1n1, principalmente, causa aumento na mortalidade para a gestante. E a gente tem medicação para essa infecções especifica viral, ou h3n2, que é o que está circulando. Então a gestante, se estiver gripada, o ideal é que procure o infectologista, essa medicação a gente dá nas primeiras 72 horas, porque dá mais efeito, para poder tomar o quanto antes a medicação, prevenindo que evolua”, complementa.
 
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