O prefeito de Emanuel Pinheiro (MDB) chamou de “picadeiro” o evento realizado pelo Governo de Mato Grosso, na última segunda-feira (11), para marcar a retomada de cirurgias eletivas no antigo Pronto-Socorro de Cuiabá. O gestor rebateu o número divulgado pelo Gabinete de Intervenção da fila de espera para a realização desses procedimentos na capital e, mais uma vez, acusou o governador Mauro Mendes (UNIÃO) de distorcer os números para “matá-lo” politicamente.

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“Aquele evento no Pronto-Socorro foi um picadeiro. 18 cirurgias eletivas? Em poucos meses fizemos 1.800 no MT Mais Cirurgias – que deveria se chamar Cuiabá Mais Cirurgias, porque só nós fizemos, nenhuma outra cidade no Estado conseguiu. Aí junta toda a elite política, todos os ‘contra o povo’, para debochar, falar que o Emanuel ‘vai morrer’. Já me mataram um monte de vezes. Mas não vão conseguir”, declarou o prefeito, em referência ao número de procedimentos que teriam sido realizados na segunda-feira na unidade.

Os números apresentados pelo prefeito constam no balanço apresentado pela Secretaria Municipal de Saúde em dezembro do ano passado. Na ocasião, de acordo com a Pasta, mais de 1,5 mil pessoas haviam sido operadas no Hospital e Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá pelo programa MT Mais Cirurgias. Levando em conta a quantidade de cirurgias, o número teria ultrapassado 1,8 mil, porque em alguns casos uma pessoa havia realizado mais de um procedimento.

Dados apresentados pelo Gabinete de Intervenção, no entanto, dão conta de que a fila de espera atualmente na Capital ultrapassaria 110 mil pacientes. Essas cirurgias são aquelas consideradas sem urgência e que, durante a pandemia de Covid-19, foram suspensas por um ano. Contudo, a última cirurgia eletiva foi realizada no dia 15 de dezembro do ano passado.

Ainda segundo Emanuel, o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, já havia demonstrado os números que, para ele, estão mais próximos da realidade. “Peguem a coletiva do secretário de Saúde, Gilberto Figueiredo, no dia 13 de fevereiro. Ele convidou os secretários de Saúde de Cuiabá e de Várzea Grande para uma reunião, palavras dele: a fila tinha 40 mil pessoas, só de Cuiabá eram 15 mil que precisavam ser saneadas. Então, é conversa, bravata para jogar a população contra mim”.

“Eu não me preocupo, porque a sociedade sabe diferenciar, conhece o atendimento que estava sendo prestado. Mentira tem perna curta, minha vida não começou ontem. Prove o que está falando, governador! O cadastro do SUS não tem erro, é só apresentar. Então, uma sugestão: peçam para ele apresentar isso. Eles não têm para onde correr. Não existia esse caos que estão tentando plantar”, acrescentou o prefeito.

Na coletiva citada por Emanuel, Gilberto Figueiredo explicou que o número da fila de espera poderia ser reduzido porque pode haver nomes em duplicidade, ou seja, pacientes registrados em duas cidades diferentes para o mesmo procedimento.

“Existia dificuldades sim, porque eles não estavam repassando o que deviam. Não vou dizer que estávamos às mil maravilhas, mas nós estávamos resolvendo. Eles precisam justificar essa intervenção, ne?! Vão lá no HMC, os servidores estão levando papel higiênico de casa, situações que nunca aconteceram na minha gestão. Vocês viram agora que os R$ 18 milhões que eu estava lutando para receber na Justiça o Estado liberou? O SUS é tripartite, só a Prefeitura sem o Estado e sem a União não adianta. O SUS requer que estejamos juntos e eu preconizo isso”, pontuou.