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Segunda-feira, 06 de maio de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Mato Grosso ainda é campeão em casos de hanseníase

Mato Grosso é o campeão em casos de hanseníase no Brasil há 10 anos consecutivos e pouco investimento é feito para reverter este quadro. Em visita ao gabinete do deputado estadual Alexandre Cesar (PT) para buscar alguma intervenção, a técnica do Programa Estadual de Combate à Hanseníase, Ingrid Farina, e o coordenador do programa, Cícero Fraga de Melo, revelaram preocupados mais esta “liderança” vergonhosa para o Estado. 


Juntos, o parlamentar e os integrantes do programa decidiram que a melhor solução a ser buscada é angariar recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS), apresentando o projeto de reestruturação do Centro Estadual de Referência em Média e Alta Complexidade (Cermac). Cesar ainda vai pedir o reforço do deputado federal Carlos Abicalil (PT) para que o projeto tenha a aprovação do FNS.

Conforme Ingrid, fisioterapeuta e técnica do programa, tanto o Cermac quanto as unidades do Programa de Saúde da Família carecem de estrutura necessária para mudar a alta prevalência da hanseníase no Estado. “O problema é ter profissionais nas unidades básicas que sejam capacitados para detectar a hanseníase. Para que o Cermac seja de referência é necessário haver uma equipe multidisciplinar com dentista, oftalmologista, protesistas”, enumera. Ingrid e Cícero esclarecem que a doença atinge os nervos óticos e que problemas dentários comprometem o tratamento.

Quanto à dificuldade de diagnóstico da doença, eles contam que nem sempre a hanseníase se manifesta com manchas insensíveis na pele. Em vários casos há acometimento dos nervos nos membros superiores, como os braços e pulsos, e nos inferiores, como pernas e pés. Até problemas de cegueira muitas vezes podem ser hanseníase, mas sem saber detectar o médico trata do olho supondo que o problema é apenas causado pelo diabetes. No caso dos membros, a hanseníase pode ser confundida com o reumatismo. 

As próprias campanhas de hanseníase se apóiam mais na detecção doença através das manchas sem sensibilidade. Assim, quando não se manifesta na pele dificilmente alguém desconfia da hanseníase. 

Para enfatizar a necessidade de medidas urgentes contra a hanseníase no Estado, Cícero e Ingrid apresentaram dados do Ministério da Saúde (MS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a doença. Em 1985 havia de 11 a 12 milhões de hansenianos no mundo. Em 1996, o total caiu para 1.269.000. Já no Brasil havia 280 mil pessoas com hanseníase em 1990. As regiões brasileiras que concentram 95% dos casos novos da doença são a Norte, Centro- Oeste e Nordeste. A região Centro-Oeste concentra 13% dos casos nacionalmente, com o registro de 5.034 casos novos em 2007. Em Mato Grosso os municípios com maior risco de contaminação são Diamantino em primeiro lugar, seguido por Santa Carmem e Alto Boa Vista.

A técnica Ingrid afirmou que outro grande entrave para reduzir os casos da doença é o abandono do tratamento. Em 2007 dos 5.176 hansenianos registrados no Estado 2.780 abandonaram a medicação. A hanseníase é uma doença infecto-contagiosa de transmissão respiratória, cujos sintomas demoram de sete a oito anos para surgir. O tratamento completo leva de seis a doze meses. Esse tempo prolongado leva muitos a desistirem ao perceberem que se sentem “melhor”.







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